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Malásia Propõe Criação do Conselho Halal da ASEAN para Fortalecer Comércio Regional

A Malásia apresentou uma proposta para a criação de um Conselho Halal da ASEAN com o objetivo de fortalecer a cooperação estratégica na indústria Halal regional, facilitar o trânsito de produtos Halal entre países e impulsionar o comércio intra-ASEAN, que ainda não atingiu seu potencial máximo. A iniciativa foi apresentada durante uma sessão de mesa redonda da indústria Halal entre Malásia e Indonésia, realizada em Jacarta em 22 de abril de 2025.

Nova Plataforma para Integração do Mercado Halal Regional

Segundo Khairul Azwan Harun, presidente da Halal Development Corporation (HDC), a proposta foi apresentada durante encontro que contou com a presença do Vice-Primeiro-Ministro da Malásia, Datuk Seri Dr. Ahmad Zahid Hamidi, e do chefe da Agência Organizadora de Garantia de Produtos Halal da Indonésia (BPJPH), Ahmad Haikal Hassan.

“Este Conselho Halal da ASEAN servirá como plataforma para agilizar o comércio, expandir mercados e harmonizar o uso de logotipos Halal, além de aproveitar um mercado regional de quase 700 milhões de pessoas”, afirmou Azwan em declarações à imprensa.

Durante a conferência, ambos os países também propuseram facilitar a entrada de produtos Halal através do reconhecimento mútuo de certificados Halal malaios e indonésios, eliminando a necessidade de procedimentos ou inspeções adicionais. Esta medida visa não apenas economizar custos e tempo, mas também impulsionar significativamente o comércio bilateral entre Malásia e Indonésia, especialmente para micro, pequenas e médias empresas que buscam penetrar um mercado combinado de mais de 240 milhões de muçulmanos.

Reconhecimento Mútuo de Certificações como Estratégia de Crescimento

A implementação do reconhecimento mútuo de certificações representaria uma mudança significativa para o mercado Halal regional. “Produtos malaios certificados como Halal e regulados pelo Departamento de Desenvolvimento Islâmico da Malásia (JAKIM) poderão ser comercializados diretamente na Indonésia, e vice-versa. Esta é uma virada de jogo que aumentará imediatamente o valor de exportação de nossos produtos Halal”, destacou Azwan.

O presidente da HDC também mencionou que a Malásia e a Indonésia concordaram em liderar esforços para melhorar o comércio intra-ASEAN, particularmente para produtos Halal, a fim de capitalizar o potencial do mercado Halal regional, atualmente avaliado em aproximadamente US$ 1,3 trilhão.

“A Malásia e a Indonésia desempenham um papel catalisador neste esforço, pois ambas são as maiores economias islâmicas da região. O fortalecimento do comércio Halal entre os países da ASEAN posicionará o grupo como um bloco econômico Halal competitivo”, acrescentou.

Diplomacia Halal: Estratégia para Liderança Global

Azwan observou que esses resultados estratégicos estão alinhados com a estrutura de Diplomacia Halal delineada pelo governo por meio da HDC para garantir que a Malásia permaneça líder global na indústria Halal. A implementação das três iniciativas-chave será refinada na reunião do Conselho de Desenvolvimento da Indústria Halal em 29 de maio, presidida por Ahmad Zahid, antes de ser oficialmente finalizada pelo Secretariado da ASEAN.

O conceito de diplomacia Halal, liderado por Ahmad Zahid, concentra-se em compartilhar a experiência da Malásia no desenvolvimento do ecossistema Halal com países amigos, particularmente dentro da ASEAN. Esta abordagem já tem rendido frutos significativos para a Malásia em suas relações comerciais internacionais. Em setembro de 2024, durante uma visita de trabalho à China, o Vice-Primeiro-Ministro da Malásia conseguiu desbloquear potencial de investimento de aproximadamente RM4 bilhões de players da indústria Halal chinesa.

Expansão para Novos Mercados e Transformação Digital

A Malásia, através da HDC, adotou uma abordagem proativa para expandir a influência da indústria Halal em mercados não tradicionais, como Norte da África, Ásia Central e Ásia Ocidental, por meio da estratégia de “diplomacia Halal”.

“Não podemos avançar sozinhos. Malásia e Indonésia precisam colaborar como uma entidade Halal unificada da ASEAN para atender à demanda do mercado Halal global, já que os países produtores só conseguem atender a 20% dos requisitos”, explicou Azwan.

De acordo com o Plano Diretor da Indústria Halal (HIMP 2030), a Malásia almeja alcançar valores de exportação Halal superiores a RM260 bilhões até 2030, promovendo seis setores-chave: alimentos e bebidas, ingredientes, logística, cosméticos e nutracêuticos, dispositivos médicos e produtos farmacêuticos.

Azwan também instou os atores da indústria Halal a serem mais agressivos na realização da transformação digital do sistema Halal, incluindo certificação e normas, para garantir que a Malásia mantenha sua posição como ecossistema Halal global líder. Esta transformação é considerada crucial para aumentar a eficiência e transparência da cadeia de suprimentos Halal, em linha com tecnologias avançadas e demandas de mercado cada vez mais sofisticadas.

Uma abordagem baseada em ciência, tecnologia e inovação (CTI) também é vista como um impulsionador fundamental na revolução do sistema Halal local através de tecnologias como blockchain, inteligência artificial e Internet das Coisas.

“A transformação digital não apenas acelerará os processos de certificação, mas também aumentará a confiança do consumidor e facilitará o monitoramento da conformidade com as normas Halal em toda a cadeia de valor. A Malásia, que há muito tempo é referência no desenvolvimento da indústria Halal global, agora enfrenta o desafio de permanecer relevante na era digital”, concluiu Azwan.

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Maldivas Acelera Integração das Finanças Islâmicas com Reforma no Financiamento Educacional

As Maldivas está em processo de transformação no cenário das finanças islâmicas, com ênfase particular na reformulação do sistema de financiamento educacional. Esta iniciativa representa um avanço significativo para posicionar o país como um centro regional de finanças Halal, integrando princípios islâmicos às estruturas financeiras existentes para educação superior. A mudança é parte de uma estratégia abrangente do governo para fortalecer o setor financeiro nacional enquanto mantém conformidade com os preceitos da Sharia, criando novas oportunidades para cidadãos maldivos buscarem educação superior através de mecanismos financeiros eticamente alinhados com suas crenças religiosas.

O Panorama das Finanças Islâmicas nas Maldivas

O desenvolvimento das finanças Halal nas Maldivas tem ganhado momentum significativo nos últimos anos, com o governo demonstrando comprometimento crescente em transformar o país em um hub regional para este segmento. A Autoridade Monetária das Maldivas (MMA) lançou a iniciativa Tamveel Islamic Finance, destinada a ampliar a conscientização pública e proporcionar treinamento especializado no setor de finanças islâmicas. Este programa ambicioso forma parte de uma estratégia maior para fortalecer a posição do país no sistema financeiro islâmico global, conforme declarado pelo Governador Munawwar da MMA, que expressou claramente que o objetivo é transformar as Maldivas em um centro importante no ecossistema financeiro islâmico.

O governo maldivo estabeleceu um Fundo de Desenvolvimento de Capacidades com uma alocação inicial de 5 milhões de MVR (rufias maldivas), recursos destinados a apoiar programas educacionais diversos e oportunidades de treinamento para construir expertise local em finanças islâmicas. A colaboração anunciada com o Centro Internacional para a Universidade de Finanças Islâmicas (ICFI) reforça este compromisso, facilitando a formação especializada na área e preparando profissionais capacitados para atuar neste mercado em expansão.

A criação de uma estrutura regulatória robusta para as finanças islâmicas também tem sido prioridade, com o Partido Democrático Maldivo (MDP) propondo a formulação de um plano diretor nacional para expansão adicional das finanças islâmicas no país. Estas ações demonstram reconhecimento governamental da importância estratégica deste setor não apenas para o desenvolvimento econômico nacional, mas também para atender as necessidades de uma população predominantemente muçulmana.

A Transformação do Financiamento Educacional

A pedra angular desta evolução financeira nas Maldivas é a reformulação do sistema de financiamento educacional para alinhá-lo com os princípios da Sharia. O Banco das Maldivas (BML) Islamic introduziu um novo produto de financiamento educacional baseado no conceito de Ijarah (arrendamento), uma estrutura compatível com os preceitos da Sharia que proporciona assistência financeira para maldivos que buscam educação superior em qualquer parte do mundo, desde cursos de nível certificado até doutorados.

Este financiamento educacional do BML Islamic permite que estudantes obtenham até 75% do custo total de sua educação, incluindo taxas de matrícula, despesas de subsistência e outros gastos relacionados, com uma taxa de 11% e um período de reembolso máximo de dez anos. Um aspecto fundamental deste produto é que os pagamentos só começam após a conclusão dos estudos, facilitando a jornada educacional sem sobrecarga financeira imediata para os estudantes. O financiamento está disponível mediante uma contribuição de capital de 25% e exige uma garantia equivalente a 150% do valor financiado.

Esta iniciativa representa um esforço significativo para corrigir as questões identificadas no Esquema Nacional de Empréstimos para Educação Superior (NSLS), que foi objeto de análise crítica quanto à sua conformidade com os princípios da Sharia. Estudos apontaram preocupações relacionadas à taxa de serviço de 1% e à ausência de supervisão formal da Sharia no esquema anterior, questões que o novo modelo busca resolver através de uma estrutura financeira mais transparente e inequivocamente compatível com os princípios islâmicos.

O Papel Transformador da Dra. Aishath Muneeza

Na vanguarda desta transformação está a Professora Dra. Aishath Muneeza, uma figura proeminente no desenvolvimento das finanças islâmicas nas Maldivas. Como Presidente do Comitê de Sharia de Investimentos Alia e correspondente do Islamic Finance News (IFN) para as Maldivas, a Dra. Muneeza tem sido instrumental na moldagem do panorama das finanças islâmicas no país. Sua trajetória impressionante inclui posições como primeira vice-ministra mulher do Ministério de Assuntos Islâmicos e vice-ministra do Ministério de Finanças e Tesouro das Maldivas.

A contribuição da Dra. Muneeza estende-se à criação do primeiro esquema de microfinanças compatível com a Sharia no país, demonstrando seu compromisso com soluções financeiras islâmicas inovadoras. Como conselheira de Sharia, ela desempenhou papel crucial na estruturação de ofertas corporativas de sukuk (títulos islâmicos) e instrumentos de tesouraria islâmica para entidades tanto públicas quanto privadas nas Maldivas. Sua expertise também foi fundamental na elaboração do arcabouço legal para o mercado de capitais islâmico do país.

Atualmente, além de suas funções acadêmicas como Decana Associada para Estudantes e Internacionalização na Universidade INCEIF, a Dra. Muneeza continua a influenciar o setor como membro do Comitê de Sharia da Munich Re e Diretora independente no Conselho da Amana Takaful Maldives, a única provedora de takaful (seguro islâmico) completo nas Maldivas. Sua visão e liderança têm sido catalisadoras para a evolução do sistema financeiro maldivo em direção a maior conformidade com os princípios islâmicos.

Implementação Prática e Impactos Esperados

A implementação do novo financiamento educacional islâmico representa uma oportunidade significativa para muitos potenciais estudantes maldivos que buscam meios compatíveis com a Sharia para realizar seus sonhos de educação superior. Conforme destacado pela Diretora de Bancos Islâmicos do BML, Suri Hanim Mohamed, os produtos do BML Islamic são desenvolvidos de acordo com padrões internacionais de excelência em bancos e finanças islâmicas, garantindo total conformidade com os preceitos da Sharia.

O impacto esperado desta iniciativa transcende o aspecto financeiro, pois aborda uma necessidade fundamental da população maldiva de ter acesso a serviços financeiros que respeitam seus valores religiosos. Ao proporcionar uma alternativa Halal ao financiamento educacional convencional, esta reforma permite que mais cidadãos maldivos busquem educação superior sem comprometer suas crenças, potencialmente elevando o nível educacional geral do país e contribuindo para seu desenvolvimento socioeconômico.

Esta transformação também se alinha com tendências globais no financiamento da educação superior em países de maioria muçulmana. Estudos indicam que instrumentos financeiros islâmicos como sukuk (títulos), waqf (doações) e zakat (caridade) podem ser utilizados efetivamente para financiar instituições de ensino superior, proporcionar bolsas de estudo para estudantes de origens desfavorecidas e financiar pesquisas, oferecendo soluções sustentáveis para os desafios de financiamento educacional.

Perspectivas Futuras para as Finanças Islâmicas nas Maldivas

A reforma no financiamento educacional representa apenas um aspecto de um movimento mais amplo nas Maldivas em direção à integração das finanças islâmicas em todos os setores da economia. O manifesto do MDP, por exemplo, propõe conduzir uma auditoria de reforma regulatória para modernizar o arcabouço regulatório do setor financeiro maldivo, facilitando um setor financeiro moderno e um mercado de capitais que prioriza as finanças islâmicas.

O estabelecimento das Maldivas como um centro regional de finanças islâmicas não apenas atenderia às necessidades financeiras domésticas de forma compatível com a Sharia, mas também poderia atrair investimentos internacionais, diversificando a economia para além do turismo. Esta diversificação é particularmente importante considerando a vulnerabilidade da economia maldiva, que depende fortemente do turismo.

A visão de longo prazo inclui desenvolver um sistema financeiro que permita às finanças islâmicas acessar mais convenientemente setores como bancos, seguros e fundos de pensão, criando um ecossistema financeiro Halal completo. Para concretizar esta visão, o contínuo desenvolvimento de capacidades locais em finanças islâmicas, através de iniciativas como o programa Tamveel e a colaboração com instituições educacionais, será crucial.

O movimento das Maldivas em direção a uma maior integração das finanças islâmicas, exemplificado pela reforma no financiamento educacional, representa um passo significativo na jornada do país para estabelecer um sistema financeiro que seja não apenas economicamente viável, mas também eticamente alinhado com os valores da população. Com liderança visionária, investimento em desenvolvimento de capacidades e reformas regulatórias contínuas, as Maldivas está bem posicionada para emergir como um modelo regional de finanças islâmicas integradas.

Referências

  1. BML Islamic introduces Education Financing – Raajje.mv
  2. A SHARI’AH ANALYSIS OF THE NATIONAL HIGHER EDUCATION LOAN SCHEME IN THE MALDIVES – IJIEF
  3. Innovative MMA Tamweel Initiative Seeks to Transform Islamic Finance – PSM News
  4. Dr. Aishath Muneeza – Hdfc.com.mv
  5. Dr Muneezaa Appointed to the Shariah Committee of Maldives Islamic Bank – MIB
  6. Associate Dean Prof Dr Aishath Muneeza (CoE ISF Member) for her contributions to Islamic finance – INCEIF

Malásia e Indonésia Firmam Acordo de Reconhecimento Mútuo para Certificações Halal

Malásia e Indonésia Firmam Acordo de Reconhecimento Mútuo para Certificações Halal

A Malásia e a Indonésia deram um passo significativo no fortalecimento de sua cooperação econômica e religiosa com o recente acordo de reconhecimento mútuo de certificações Halal. Este desenvolvimento representa um avanço crucial no posicionamento estratégico de ambos os países no mercado global Halal, projetado para atingir US$ 5 trilhões até 2030, e demonstra o compromisso contínuo das duas nações em harmonizar seus sistemas de garantia Halal para benefício mútuo e regional.

Fortalecimento da Cooperação Bilateral

Em uma reunião estratégica realizada em Jacarta em 22 de abril de 2025, o Vice-Primeiro-Ministro da Malásia, Datuk Seri Ahmad Zahid Hamidi, liderou uma mesa redonda de colaboração da indústria Halal entre Malásia e Indonésia. O encontro concentrou-se em abordar desafios relacionados ao comércio, explorar oportunidades de investimento e promover joint ventures entre empresas malaias e indonésias. Esta plataforma de alto nível reflete o compromisso compartilhado de fomentar a cooperação regional e impulsionar o crescimento inclusivo na economia Halal global.

A mesa redonda, organizada pela Halal Development Corporation Berhad (HDC), uma agência sob o Ministério de Investimento, Comércio e Indústria (MITI) da Malásia, continua sua missão de fortalecer a presença malaia na indústria Halal. Durante a reunião, foram enfatizadas estratégias acionáveis para sustentar e expandir os fluxos comerciais bilaterais, enquanto se capitaliza nas vantagens comparativas de cada país. Ahmad Zahid destacou que ambas as nações impulsionarão o crescimento inclusivo e criarão valor complementar para suas respectivas economias Halal, alinhando o Plano Diretor da Indústria Halal 2030 (HIMP 2030) da Malásia com o roteiro da economia Halal da Indonésia.

Histórico e Evolução do Acordo

A colaboração entre Malásia e Indonésia no setor Halal não é recente. Em junho de 2023, o Departamento de Desenvolvimento Islâmico da Malásia (JAKIM) e a Badan Penyelenggara Jaminan Produk Halal (BPJPH) da Indonésia já haviam assinado um acordo de cooperação sobre reconhecimento mútuo de certificados Halal. Este acordo foi formalizado durante uma série de reuniões entre o então Presidente da República da Indonésia, Joko Widodo, e o Primeiro-Ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, realizada na residência oficial do PM malaio, em Seri Perdana, Putrajaya.

O acordo inicial já havia estabelecido bases importantes para simplificar o acesso ao mercado, eliminando processos de certificação redundantes e facilitando o comércio transfronteiriço de produtos certificados em ambos os países. As discussões atuais representam uma evolução natural deste relacionamento, com foco em operacionalizar os princípios estabelecidos e ampliar o escopo da cooperação para incluir estratégias de marketing conjunto e desenvolvimento de capacidades.

Diferenças nos Sistemas de Gestão Halal

Um aspecto importante desta colaboração é o reconhecimento e a superação das diferenças existentes nos sistemas de gestão Halal entre os dois países. Estudos comparativos identificaram várias diferenças não conformes, incluindo o procedimento de certificação, o período de validade do certificado, as categorias de produtos Halal e o número de comitês Halal internos. Além disso, existem diferenças essenciais como a obrigatoriedade do certificado Halal, a regulamentação de atordoamento em abates e as considerações relativas a nomes de produtos, marcas ou sinônimos considerados Halal.

A implementação da certificação Halal obrigatória pela Indonésia em outubro de 2024 representou um marco importante que visava harmonizar as normas Halal globalmente e proporcionar maior clareza para parceiros internacionais. Este movimento alinha-se perfeitamente com os esforços bilaterais agora em andamento para criar um ecossistema Halal mais integrado entre os dois países.

Impacto Econômico e Oportunidades de Mercado

As figuras comerciais destacam a importância significativa dos laços econômicos Malásia-Indonésia na indústria Halal. Entre 2021 e 2023, a Malásia exportou RM 7,77 bilhões em produtos com certificação Halal para a Indonésia, demonstrando o volume substancial de comércio já existente neste setor. O novo acordo promete expandir ainda mais estas relações comerciais, beneficiando produtores e consumidores em ambos os países.

Para expandir a presença das pequenas e médias empresas (PMEs) malaias nos mercados internacionais, particularmente na Indonésia, a HDC também participou do Food & Hospitality Indonesia (FHI) 2024. Durante este evento, 15 PMEs malaias garantiram um potencial total de vendas de RM 62,57 milhões através de reuniões B2B e interações diretas. Até novembro de 2024, três empresas já haviam alcançado vendas reais de RM 575.329,62 na Indonésia — enfatizando a forte demanda por produtos Halal malaios e o papel crítico da colaboração bilateral no impulsionamento do sucesso no mercado.

Posicionamento Estratégico na Região da ASEAN

A mesa redonda também enfatizou o ecossistema Halal globalmente reconhecido da Malásia e seu papel crucial como presidente da ASEAN em 2025. A Malásia está avançando uma agenda cooperativa Halal que equilibra oportunidades econômicas com comércio baseado em valores, mostrando a crescente influência da região na formação do cenário Halal global.

Além dos acordos formais, colaborações institucionais como o Fórum Halal Malásia-Indonésia & Engajamento da Indústria em 2023 cimentaram ainda mais os laços, fomentando o intercâmbio de conhecimentos e a construção de capacidades. Ambas as nações também trabalham em estreita colaboração através de plataformas multilaterais como o Grupo de Trabalho da ASEAN sobre Alimentos Halal (AWGAF) e a Área de Crescimento do Leste da ASEAN Brunei Darussalam-Indonésia-Malásia-Filipinas (BIMPEAGA), reforçando seu compromisso compartilhado em avançar a economia Halal regional.

Perspectivas Futuras para o Mercado Halal Global

O mercado Halal global está experimentando uma expansão robusta, impulsionada por uma crescente população muçulmana global e pelo aumento da conscientização entre consumidores não-muçulmanos sobre os aspectos éticos e de qualidade associados aos produtos Halal. O setor de alimentos Halal sozinho está projetado para atingir trilhões de dólares nos próximos anos, o que apresenta uma oportunidade econômica significativa para a Malásia e a Indonésia.

Durante a coletiva de imprensa após a reunião, Datuk Seri Dr Ahmad Zahid Hamidi enfatizou o compromisso de ir além da mera produção, afirmando: “Vamos coordenar e nos engajar em discussões detalhadas não apenas sobre a produção de produtos Halal, mas também sobre estratégias de marketing.” Esta abordagem progressiva reconhece que o sucesso no comércio Halal requer uma estratégia abrangente que englobe garantia de qualidade, cadeias de suprimentos eficientes e penetração efetiva no mercado.

Potencial para Colaborações Adicionais

Empreendimentos colaborativos em pesquisa e desenvolvimento, normatização e desenvolvimento de produtos e serviços Halal inovadores poderiam solidificar ainda mais a liderança da Malásia e da Indonésia no comércio Halal. Esta parceria estratégica entre as duas maiores economias muçulmanas do Sudeste Asiático tem o potencial de estabelecer novos parâmetros para a indústria Halal global e criar um modelo para cooperação regional em outros setores econômicos.

Conclusão

O recente acordo de reconhecimento mútuo de certificações Halal entre Malásia e Indonésia representa um momento transformador para a indústria Halal regional. Ao alinhar seus sistemas regulatórios, simplificar processos de certificação e buscar estratégias de marketing conjunto, os dois países estão bem posicionados para capitalizar no crescente mercado Halal global, estimado em US$ 5 trilhões até 2030.

A colaboração Malásia-Indonésia no setor Halal exemplifica como sinergias regionais podem criar valor econômico substancial enquanto respeitam e promovem valores religiosos e culturais compartilhados. À medida que a Malásia assume a presidência da ASEAN em 2025, esta parceria tem o potencial de expandir-se para uma abordagem mais ampla da ASEAN para a harmonização Halal, posicionando o Sudeste Asiático como um centro global para comércio, investimento e inovação Halal.

O sucesso desta iniciativa bilateral dependerá da implementação efetiva das estruturas acordadas, do engajamento contínuo das partes interessadas e da adaptação às condições de mercado em evolução. No entanto, o compromisso demonstrado por ambos os governos e o amplo apoio da indústria fornecem uma base sólida para o sucesso a longo prazo, beneficiando produtores, consumidores e as economias gerais de ambos os países.

Referências

  1. DPM Zahid: Malaysia, Indonesia align halal strategies to tap US$5t global market. Malaysian Mail
  2. Indonesia-Malaysia Organize Collaboration Meeting in Advancing ASEAN Halal Cooperation. Metro TV News
  3. Malaysia, Indonesia Focus on Halal Trade, Regional Stability, Palestine. Halal Times
  4. Indonesia-Malaysia Establish Cooperation on Recognition of Halal Certificates. BPJPH
  5. Comparison Study of Halal Management System in Indonesia and Malaysia. Semantic Scholar
  6. Mutual Recognition Agreements: A Gateway to Global Opportunities or A Pathway of Challenges in Indonesian Economics for Halal Agri-Food Sector. Semantic Scholar
  7. Global Research Hotspots and Trends in Halal Research: A Scientometric Review Based on Descriptive and CiteSpace Analyses. Semantic Scholar
  8. H20 2024 Closed, Producing 52 MRAs to Communiqué on Strengthening the Global Halal Ecosystem. BPJPH

Yahya Cholil Staquf - Nahdlatul Ulama

Nahdlatul Ulama Defende Normas Halal da Indonésia Contra Críticas dos EUA

A maior organização muçulmana da Indonésia, Nahdlatul Ulama (NU), instou o governo a manter-se firme quanto aos requisitos de certificação Halal para produtos importados, apesar das recentes críticas dos Estados Unidos. Esta postura demonstra a importância cultural e religiosa das certificações Halal em países de maioria muçulmana, bem como o crescente debate sobre comércio internacional e soberania regulatória em questões que envolvem práticas religiosas.

O Posicionamento da Nahdlatul Ulama e as Críticas Americanas

O presidente da NU, Yahya Cholil Staquf, declarou que a Indonésia tem o dever de proteger sua população majoritariamente muçulmana de produtos de consumo, alimentos e bebidas que não estejam em conformidade com as normas Halal. Durante uma coletiva de imprensa em Jacarta, Staquf enfatizou: “Os Estados Unidos podem expressar suas preocupações, mas temos o direito soberano de implementar regulamentações que protejam nosso povo”. Ele sublinhou que a certificação Halal é uma política legítima e necessária em um país onde a maioria dos cidadãos é muçulmana, acrescentando que é completamente razoável que o público exija regulamentações Halal, e o governo deve responder a essas aspirações.

As declarações do líder da NU surgem após o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) incluir os requisitos Halal da Indonésia em seu mais recente relatório sobre barreiras comerciais estrangeiras. O USTR categorizou a certificação Halal obrigatória da Indonésia como uma “barreira técnica ao comércio” para as exportações americanas. Esta não é a primeira vez que os EUA criticam as normas Halal; documentos anteriores do USTR já haviam manifestado preocupações semelhantes, classificando-as como barreiras comerciais potenciais.

A Amplitude das Regulamentações Halal na Indonésia

De acordo com o relatório do USTR, a Indonésia agora exige certificação Halal para uma ampla gama de produtos, incluindo alimentos, bebidas, produtos farmacêuticos, cosméticos, dispositivos médicos, produtos biológicos e geneticamente modificados, bens de consumo e produtos químicos. Estas regulamentações baseiam-se na Lei nº 33/2014 sobre Garantia de Produtos Halal, que determina que todos os processos comerciais – como produção, armazenamento, embalagem, distribuição e marketing – devem aderir às normas Halal.

A certificação Halal na Indonésia é supervisionada pela Agência Organizadora de Garantia de Produtos Halal (BPJPH), que emitiu regulamentações separadas sobre a acreditação de certificadores Halal estrangeiros e avaliações de conformidade. O USTR argumenta que essas regras impõem burocracia redundante, requisitos complexos para auditores e proporções rígidas de escopo para auditores que estão aumentando os custos de conformidade e atrasando o processo de acreditação para exportadores americanos.

Impacto das Tarifas de Trump na Indústria Halal da Indonésia

As tensões comerciais entre os EUA e a Indonésia foram exacerbadas recentemente quando o presidente Donald J. Trump impôs uma tarifa de importação de 32% sobre produtos indonésios em 2 de abril de 2025. Esta medida afetará as exportações da Indonésia para os EUA, que anteriormente totalizavam US$ 23,46 bilhões. Frente a este desafio, a Câmara de Comércio e Indústria da Indonésia (KADIN) expressou confiança de que o país pode resistir à política tarifária imposta pelos Estados Unidos sobre sua indústria Halal.

Isnaeni Iskandar, Vice-Chefe da Agência de Alfabetização, Advocacia e Cooperação da KADIN, sugeriu que a Indonésia deveria aproveitar o desafio como uma oportunidade para fortalecer a indústria Halal doméstica. “A Indonésia é alvo como mercado pelos EUA, então precisamos focar em como podemos competir internamente”, afirmou Isnaeni durante uma discussão online intitulada “Os Efeitos da Trump-nomics e o Destino da Indústria Halal” pelo Centro de Economia e Negócios da Sharia da Faculdade de Economia e Negócios da Universidade da Indonésia.

O Debate sobre Certificação Halal Obrigatória vs. Voluntária

O debate sobre se a certificação Halal deve ser obrigatória ou voluntária não é exclusivo da Indonésia. Na Malásia, por exemplo, houve controvérsia quando o Departamento de Desenvolvimento Islâmico (Jakim) esclareceu que, mesmo que a carne em um sanduíche pré-embalado vendido em uma loja seja certificada como Halal, isso não torna automaticamente o produto inteiro Halal. Sirajuddin Suhaimee, diretor-geral do Jakim, enfatizou que nenhum produto ou serviço pode ser rotulado como Halal ou exibir um logotipo Halal sem verificação e certificação adequadas de seu departamento.

No contexto indonésio, a oposição à certificação Halal obrigatória tem sido levantada por players da indústria. O Ministério da Indústria argumentou, através de seu site, que a rotulagem obrigatória colocaria um ônus financeiro adicional sobre produtores de pequena escala, pois eles seriam obrigados a pagar mais taxas. Yelita Basri, diretora da indústria alimentícia do Ministério da Indústria, defendeu que a rotulagem Halal deveria permanecer voluntária para os produtores, afirmando: “A urgência da rotulagem Halal deve ser decidida pelos clientes. Se o mercado exigir majoritariamente rotulagem Halal nos produtos, os produtores buscarão voluntariamente essa certificação.”

O Papel da Nahdlatul Ulama na Certificação Halal

A Nahdlatul Ulama tem desempenhado um papel significativo na aceleração da certificação Halal na Indonésia. Pesquisas mostram que organizações como BMT NU Ngasem têm trabalhado para agilizar os processos de certificação Halal através de esquemas de autodeclaração para Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Este esquema permite que empresários com assistência de um assistente registrado do processo de produtos Halal façam declarações independentes sobre o status Halal de seus produtos.

No entanto, houve críticas do Conselho Indonésio de Ulemas (MUI) aos planos da NU de elaborar suas próprias certificações Halal. Lukmanul Hakim, diretor da agência de estudo de alimentos, medicamentos e cosméticos do MUI (LPPOM MUI), argumentou que era desnecessário para a NU emitir suas próprias certificações, pois o certificado Halal do LPPOM era transparente e prático. Em resposta, o presidente da Associação de Empresários da NU (HPN), Abdul Kholik, questionou a proibição, afirmando que o plano de certificação da NU visava proteger seus membros sob referências mais rigorosas da NU para determinar se um produto é Halal.

Considerações Finais sobre Normas Halal no Comércio Global

A discussão sobre certificações Halal transcende fronteiras e envolve questões complexas de comércio, soberania e práticas religiosas. Enquanto países muçulmanos como a Indonésia buscam proteger seus cidadãos através de regulamentações Halal, parceiros comerciais como os Estados Unidos expressam preocupações sobre barreiras potenciais ao comércio. O desafio está em encontrar um equilíbrio que respeite tanto os princípios religiosos quanto facilite o comércio internacional.

A indústria Halal global continua a crescer, e a necessidade de harmonização de normas e procedimentos de certificação torna-se cada vez mais evidente. Organizações como a Nahdlatul Ulama têm um papel crucial a desempenhar neste processo, não apenas defendendo os interesses religiosos de suas comunidades, mas também contribuindo para discussões mais amplas sobre como integrar princípios religiosos em um sistema de comércio global cada vez mais interconectado.

Referências

  1. Indonesia’s Largest Muslim Group Defends Halal Rules Against US Criticism – Jakarta Globe
  2. KADIN Indonesia tells halal industry to look local – Kinihalal
  3. Opposition grows against mandatory halal labeling – NU Online
  4. MUI Criticizes NUs Plan to Draft Halal Certification – Tempo.co
  5. Enhancing Halal Certification via Self-Declaration for MSMEs in Indonesia – Semantic Scholar
  6. Halal certification of meat doesn’t apply to entire sandwich, says Jakim – Reddit Malaysia
  7. Negosiasi Tarif Trump, AS Turut Permasalahkan – Reddit Indonesia
BRF e Arábia Saudita Celebram Lançamento de Projeto Histórico para Produção Halal

BRF e Arábia Saudita Celebram Lançamento de Projeto Histórico para Produção Halal

Crédito da imagem da capa: Leandro Fonseca/Exame

A recente celebração do lançamento da nova fábrica de alimentos processados da BRF em Jeddah, na Arábia Saudita, marca um momento histórico para a indústria Halal global. Com investimento de US$ 160 milhões, esta joint venture entre a gigante brasileira de alimentos e o fundo soberano saudita representa não apenas um avanço significativo na estratégia de internacionalização da BRF, mas também um passo fundamental para consolidar a Arábia Saudita como centro mundial de produtos Halal. O projeto, que prevê iniciar operações em 2026, criará centenas de empregos e terá capacidade inicial para produzir 40 mil toneladas anuais de alimentos processados, contribuindo significativamente para a segurança alimentar da região e para os objetivos da Visão 2030 do Reino Saudita.

O Marco Histórico da Nova Unidade Industrial em Jeddah

A BRF e a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária integral do Public Investment Fund (PIF), fundo soberano da Arábia Saudita, anunciaram oficialmente o início da construção de uma moderna fábrica de alimentos processados em Jeddah. O anúncio ocorreu em 21 de abril de 2025, quando foi lançada a pedra fundamental da unidade, em cerimônia que contou com a presença de Marcos Molina, controlador e presidente dos Conselhos de Administração da BRF e Marfrig, além de representantes do governo saudita.

A escolha de Jeddah para sediar esta nova operação não foi aleatória. Como segunda maior cidade da Arábia Saudita e importante porto no Mar Vermelho, Jeddah oferece posição estratégica para distribuição tanto no mercado local quanto para outros países da região. Marquinhos Molina, CEO da BRF Arábia, destacou essa vantagem em suas declarações durante o evento: “Jeddah é a segunda maior cidade da Arábia Saudita e sua localização estratégica permite melhor acesso ao mercado consumidor e aos parceiros comerciais. Estamos muito atentos às oportunidades no país”.

A nova instalação industrial representa um investimento conjunto de aproximadamente US$ 160 milhões e será implementada por meio da BRF Arabia Holding Company, joint venture na qual a BRF detém 70% de participação, enquanto a HPDC possui os 30% restantes. O cronograma de investimento prevê um desembolso de aproximadamente US$ 63 milhões em 2025 e US$ 98 milhões em 2026, com o início das operações programado para meados do próximo ano.

Capacidade Produtiva e Impacto Econômico Regional

A fábrica de Jeddah foi projetada com capacidade inicial para produzir cerca de 40 mil toneladas anuais de alimentos processados, o que triplicará a atual capacidade da BRF na Arábia Saudita. Igor Marti, vice-presidente de Mercado Halal da BRF, explicou que, até então, o país produzia somente 15 mil toneladas de alimentos processados na fábrica de Dammam. Com o início das operações em Jeddah, essa produção subirá para 55 mil toneladas, um aumento significativo que demonstra a confiança da empresa no mercado saudita.

Um aspecto importante do projeto é sua concepção para futuras expansões. A planta foi desenhada com infraestrutura que permitirá dobrar a capacidade inicial, podendo alcançar 80 mil toneladas anuais, dependendo da demanda do mercado e das oportunidades de exportação. Esta flexibilidade estratégica reflete a visão de longo prazo dos investidores.

O impacto econômico do projeto vai além da produção de alimentos. Espera-se que a operação gere mais de 500 empregos diretos na região, contribuindo significativamente para a economia local. Inicialmente, a fábrica utilizará matéria-prima proveniente do Brasil, aproveitando a expertise da BRF na produção de proteína animal, mas também contará com fornecimento da Addoha Poultry, empresa saudita da qual a joint venture adquiriu 26% em janeiro de 2025.

A Estratégia Halal e a Parceria Brasil-Arábia Saudita

O lançamento da nova fábrica representa um aprofundamento da relação entre a BRF e a Arábia Saudita, consolidando uma parceria que vem se fortalecendo nos últimos anos. Em outubro de 2024, a joint venture BRF Arabia adquiriu 26% da Addoha Poultry Company, uma das principais empresas sauditas do setor avícola, em transação avaliada em US$ 84,3 milhões. Essa aquisição marcou a estreia da BRF na produção local de frango Halal no país, um passo fundamental para sua estratégia de verticalização no mercado do Oriente Médio.

Fahad Alnuhait, CEO da HPDC, destacou a importância desta parceria para os objetivos estratégicos da Arábia Saudita: “Essa nova instalação representa um grande passo à frente em nossa estratégia de construir ecossistemas integrados de fabricação Halal. Em parceria com a BRF, esse investimento reflete nossos esforços contínuos para promover a posição da Arábia Saudita na economia Halal global”.

A produção de alimentos Halal segue rígidos princípios estabelecidos pelo Islã, incluindo métodos específicos de abate que respeitam as normas religiosas. O Brasil destaca-se como um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos Halal, e a BRF tem sido um dos principais protagonistas nesse mercado, com um faturamento de mais de US$ 2 bilhões anuais nesses segmentos.

A Expansão da BRF no Oriente Médio e o Projeto Visão 2030

A nova fábrica de Jeddah será a sétima unidade de produção da BRF no Oriente Médio e a terceira na Arábia Saudita, confirmando o compromisso da empresa com a região onde atua há mais de cinco décadas. A BRF exporta para mais de 14 países do Oriente Médio e é líder de mercado com a marca Sadia, amplamente reconhecida pelos consumidores locais.

O investimento está alinhado com o projeto Visão 2030 da Arábia Saudita, um ambicioso plano de reformas econômicas e sociais lançado pelo governo saudita para diversificar a economia do país, reduzindo sua dependência do petróleo. Um dos pilares desse plano é a segurança alimentar e o desenvolvimento de indústrias locais competitivas globalmente.

Marcos Molina, em seu discurso durante a cerimônia, enfatizou esse alinhamento estratégico: “O investimento representa mais um avanço consistente em nossa estratégia de presença global e fortalece nossa atuação em um mercado altamente estratégico para a companhia, além de consolidar a parceria com o reino da Arábia Saudita em sua agenda de segurança alimentar”.

O mercado de produtos processados tem crescido a taxas de dois dígitos na Arábia Saudita, refletindo mudanças nos hábitos de consumo e o aumento do poder aquisitivo da população. A nova fábrica da BRF está posicionada para capitalizar essa tendência, oferecendo produtos que atendam às preferências locais e, ao mesmo tempo, cumpram rigorosamente os requisitos Halal.

A Importância do Mercado Halal Global e o Protagonismo Brasileiro

O mercado global de produtos Halal vai muito além dos alimentos, abrangendo setores como cosméticos, farmacêuticos e serviços, representando uma oportunidade econômica significativa. Com uma população muçulmana global crescente, estimada em mais de 1,8 bilhão de pessoas, a demanda por produtos Halal continua a expandir-se, criando oportunidades para empresas que possam atender a esse segmento com produtos de qualidade e certificação adequada.

O Brasil tem se destacado como um dos principais fornecedores mundiais de proteína animal Halal, especialmente frango e carne bovina. Empresas brasileiras, como a BRF, investiram significativamente em obter as certificações necessárias e adaptar seus processos produtivos para atender às exigências religiosas, garantindo competitividade no mercado internacional.

A produção de alimentos Halal requer atenção especial a vários aspectos, desde a seleção de ingredientes até os métodos de abate e processamento. No caso de aves, por exemplo, o abate deve ser realizado por um muçulmano praticante, que pronuncia o nome de Allah antes do processo, e o animal deve ser abatido de forma a garantir o escoamento completo do sangue, entre outros requisitos específicos.

A expertise brasileira neste segmento, combinada com os recursos e a visão estratégica da Arábia Saudita, cria uma parceria potencialmente transformadora para o mercado Halal global, posicionando o reino saudita como um hub de produção e distribuição desses produtos.

Perspectivas Futuras e Impactos para a Indústria Halal Global

A nova fábrica da BRF em Jeddah representa mais que um simples investimento industrial; é um passo significativo na reconfiguração da indústria Halal global. Ao transferir tecnologia e know-how para a Arábia Saudita, a parceria contribui para desenvolver localmente capacidades que tradicionalmente estavam concentradas em países exportadores como o Brasil.

Para a BRF, o projeto consolida sua posição de liderança no mercado Halal e diversifica geograficamente sua produção, reduzindo riscos e aproximando-se ainda mais dos consumidores finais. Para a Arábia Saudita, representa um avanço importante em direção aos objetivos de autossuficiência alimentar e diversificação econômica.

O projeto também ilustra uma tendência crescente de investimentos brasileiros no exterior, especialmente em segmentos onde empresas nacionais desenvolveram competências distintivas. A BRF, que já possui operações internacionais em diversos países, reforça sua estratégia de globalização com este investimento significativo.

Nos próximos anos, espera-se que a parceria entre BRF e HPDC possa expandir-se para outros segmentos da cadeia de valor Halal, potencialmente incluindo novas categorias de produtos e mercados. O sucesso deste empreendimento pode abrir caminho para investimentos similares de outras empresas brasileiras na região, fortalecendo ainda mais os laços econômicos entre Brasil e Oriente Médio.

Um Novo Capítulo nas Relações Brasil-Arábia Saudita

A celebração do lançamento da nova fábrica da BRF em Jeddah marca o início de um novo capítulo nas relações econômicas entre Brasil e Arábia Saudita, com potencial para transformar o panorama da indústria Halal global. A combinação da expertise brasileira em produção de alimentos com os recursos e a visão estratégica saudita cria uma sinergia poderosa, capaz de gerar valor significativo para ambas as partes.

Enquanto a fábrica começa a tomar forma no horizonte de Jeddah, fica claro que seu impacto transcenderá as fronteiras da Arábia Saudita, influenciando o mercado Halal em toda a região e além. Para a BRF, representa a consolidação de sua estratégia internacional e o fortalecimento de sua posição no lucrativo mercado Halal. Para a Arábia Saudita, significa um passo importante em direção à concretização da Visão 2030 e ao estabelecimento do reino como centro global de excelência em produtos Halal.

Este projeto conjunto exemplifica como parcerias internacionais estratégicas podem criar valor compartilhado, contribuindo simultaneamente para objetivos empresariais e nacionais. À medida que a construção avança e a inauguração se aproxima, o mundo observa com interesse este empreendimento que promete redefinir padrões na indústria Halal global e fortalecer ainda mais a presença brasileira nos mercados internacionais.

Referências

  1. BRF anuncia nova fábrica na Arábia Saudita com investimento de US$ 160 mi
  2. BRF investe US$ 160 milhões em nova fábrica na Arábia Saudita
  3. BRF e HPDC anunciam investimento de US$ 160 mi em nova fábrica na Arábia Saudita
  4. BRF anuncia investimento milionário para triplicar produção na Arábia
  5. BRF e HPDC investem US$ 160 milhões em nova fábrica de processados na Arábia Saudita
  6. BRF confirma investimento de US$ 160 mi em nova fábrica na Arábia Saudita
  7. BRF e HPDC investem US$ 160 milhões em nova fábrica … – AviSite
  8. BRF anuncia nova fábrica de processados na Arábia Saudita
  9. Gigante da carne vai investir US$ 160 milhões em nova fábrica na Arábia Saudita

Malásia Avança com Planos para Rede Ferroviária Pan-Asiática com Foco no Mercado Halal

Malásia Avança com Planos para Rede Ferroviária Pan-Asiática com Foco no Mercado Halal

A Malásia declarou oficialmente sua prontidão para desenvolver a Rede Ferroviária Pan-Asiática (PARN), uma iniciativa de infraestrutura estratégica destinada a conectar o país à China e impulsionar o comércio, especialmente na indústria Halal. Este ambicioso projeto ferroviário representa uma mudança significativa na maneira como os produtos Halal podem ser transportados através do continente asiático, oferecendo novas rotas comerciais que podem transformar a dinâmica do mercado regional e internacional de produtos certificados.

Conectividade Estratégica e Expansão do Mercado Halal

O Ministro dos Transportes da Malásia, Anthony Loke, revelou que o presidente chinês Xi Jinping expressou apoio ao projeto PARN durante sua recente visita de Estado à Malásia. A iniciativa é vista como um portal para expandir o acesso aos mercados do oeste da China, incluindo a região da Mongólia Interior e Xinjiang, áreas que possuem populações muçulmanas consideráveis. Esta conexão ferroviária transcontinental apresenta uma oportunidade sem precedentes para exportar produtos Halal diretamente a essas regiões através de transporte ferroviário, eliminando muitas das complexidades logísticas atuais que os exportadores enfrentam.

A estratégia da Malásia em desenvolver esta rede ferroviária não é apenas uma questão de infraestrutura, mas também um movimento calculado para posicionar o país como um centro de distribuição Halal para toda a Ásia. Com sua certificação Halal reconhecida internacionalmente, a Malásia pode aproveitar esta nova infraestrutura para consolidar sua posição como líder global na indústria Halal, que continua a crescer em valor e importância estratégica.

ASEAN Express: Um Projeto Piloto em Funcionamento

O compromisso da Malásia com a conectividade ferroviária internacional já está em andamento através de um projeto piloto conhecido como ASEAN Express. Lançado em 2024, esta iniciativa conjunta entre a Keretapi Tanah Melayu Bhd (KTMB), a maior empresa ferroviária do país, e a State Railway of Thailand (SRT), representa um passo concreto em direção à realização da visão mais ampla da PARN. A colaboração, que também reúne parceiros na China, tem como objetivo transportar cargas da Malásia para Chongqing, na China, com um tempo de trânsito de nove dias.

O ASEAN Express serve como um importante estudo de caso para demonstrar a viabilidade técnica e comercial do transporte ferroviário transfronteiriço em grande escala na região. Ao estabelecer protocolos operacionais e superar obstáculos iniciais, este projeto piloto está estabelecendo as bases para a implementação mais ampla da PARN, permitindo ajustes e melhorias antes da expansão completa da rede.

Benefícios Estratégicos Além do Comércio Halal

A importância estratégica da PARN vai além das considerações puramente comerciais. Em uma entrevista recente, o Ministro Loke destacou que esta infraestrutura ferroviária poderia servir como uma rota alternativa crucial para o transporte de mercadorias caso ocorram tensões no Mar do Sul da China, uma das rotas marítimas mais importantes e contestadas do mundo. “Se você puder conectar todo o caminho da Malásia até a China, isso significa que este é um modo alternativo de transporte para a China e um link alternativo muito importante em termos de cadeias de suprimento, especialmente quando você tem tensões no Mar do Sul da China”, explicou Loke.

Esta dimensão de segurança da infraestrutura revela o pensamento estratégico por trás do projeto. Ao diversificar as rotas de transporte disponíveis, a Malásia e seus parceiros regionais podem aumentar a resiliência de suas cadeias de suprimentos contra potenciais interrupções geopolíticas. Para a indústria Halal, que depende fortemente de cadeias de suprimentos confiáveis para manter a integridade dos produtos, esta resiliência adicional representa um valor significativo.

Integração Regional e Benefícios Compartilhados

A visão da PARN se alinha perfeitamente com os objetivos de longa data da ASEAN para maior integração regional. No ano passado, Loke convocou os estados membros da ASEAN a fortalecerem a integração regional por meio da conexão de redes ferroviárias, facilitando assim um fluxo mais livre de mercadorias em toda a região. Ele enfatizou que a conectividade, particularmente ligando redes ferroviárias da Malásia Peninsular à Tailândia, Laos e China, tem sido parte da visão de longo prazo da ASEAN.

O ministro também destacou que os benefícios do projeto não se limitam apenas à Malásia e à China. “Acredito que mais integração significa melhor desenvolvimento e melhores oportunidades para todos”, afirmou. “Não é que, se isso acontecer, beneficiará apenas a Malásia e a China. Os países pelos quais passamos também se beneficiarão.” Esta abordagem colaborativa é essencial para garantir o apoio regional necessário para um projeto de infraestrutura tão ambicioso.

Desafios Técnicos e Regulatórios

Apesar do entusiasmo, o ministro também apontou que ainda existem vários desafios na implementação de um serviço ferroviário global, particularmente no que diz respeito a restrições legais e regulatórias, que a Malásia trabalhará com os países relevantes para resolver. Estes desafios não são insignificantes e incluem questões como diferenças nas bitolas ferroviárias, protocolos de sinalização, procedimentos de fronteira e harmonização regulatória.

Os trabalhos de modernização na linha ferroviária de Johor Bahru a Padang Besar estão em andamento e devem ser concluídos até o final deste ano. “O governo está investindo fundos substanciais para transformá-la em uma ferrovia de pista dupla. Após a conclusão, teremos uma rede ferroviária contínua de pista dupla de Johor Bahru até Padang Besar”, explicou Loke. Esta infraestrutura doméstica modernizada é um pré-requisito essencial para a integração efetiva com a rede ferroviária pan-asiática mais ampla.

Próximos Passos Diplomáticos

A dimensão diplomática do projeto também está avançando, com Loke programado para se reunir com o Vice-Primeiro-Ministro e Ministro dos Transportes da Tailândia, Suriya Juangroongruangkit, em 2 de maio para discutir a PARN. Esta reunião destaca a natureza colaborativa e multinacional do projeto, que exigirá coordenação estreita entre vários países para ser bem-sucedido.

A Tailândia recentemente deu sinal verde para a construção da ferrovia Bangcoc-Vientiane, que visa se conectar com a ferrovia Kunming-Vientiane, construída pela China. Este desenvolvimento representa um passo significativo para completar o trecho norte da Rede Ferroviária Pan-Asiática, aproximando a visão de uma conexão ferroviária contínua de Singapura a Kunming da realidade.

Impacto no Mercado Halal Global

Para a indústria Halal, as implicações da PARN são profundas. Com um mercado global Halal avaliado em trilhões de dólares e em crescimento, a logística tem sido um dos principais gargalos para a expansão do comércio. A rede ferroviária proposta não apenas reduziria os custos e os tempos de trânsito, mas também poderia facilitar o comércio de produtos Halal perecíveis que atualmente enfrentam desafios de transporte significativos.

As regiões ocidentais da China, como Xinjiang, representam mercados substanciais e ainda inexplorados para produtos Halal da Malásia e de outros países da ASEAN. Ao estabelecer uma conexão ferroviária direta, os produtores Halal da Malásia ganhariam acesso sem precedentes a estes mercados, potencialmente transformando a escala e o escopo da indústria.

A PARN também pode servir como um catalisador para maior harmonização das normas Halal em toda a região, à medida que os países trabalham juntos para facilitar o comércio transfronteiriço de produtos Halal. Esta harmonização poderia simplificar ainda mais o comércio e fortalecer a integridade das certificações Halal internacionalmente.

O Futuro da Conectividade Pan-Asiática

A visão da Rede Ferroviária Pan-Asiática representa um novo capítulo na conectividade regional e no comércio Halal. Ao unir países, culturas e mercados através de infraestrutura ferroviária moderna, o projeto tem o potencial de transformar a dinâmica econômica da Ásia e fortalecer a posição da Malásia como um centro Halal global.

Enquanto o projeto avança, será crucial manter o foco tanto nos benefícios comerciais imediatos quanto nas implicações estratégicas de longo prazo. Para a indústria Halal, a PARN oferece não apenas novas oportunidades de mercado, mas também maior resiliência e sustentabilidade para as cadeias de suprimentos. Para a Malásia e seus parceiros regionais, representa um passo em direção a uma visão compartilhada de prosperidade econômica e integração.

À medida que os países da ASEAN continuam a fortalecer seus laços econômicos e a desenvolver infraestrutura compartilhada, iniciativas como a PARN servirão como poderosos catalisadores para o crescimento e a cooperação regional. O compromisso da Malásia com este projeto ambicioso sinaliza sua determinação em desempenhar um papel de liderança na formação do futuro da conectividade asiática e do comércio Halal global.

Referências:

  1. Malaysia affirms readiness for developing Pan-Asian Railway Network – The Investor
    https://theinvestor.vn/malaysia-affirms-readiness-for-developing-pan-asian-railway-network-d15369.html
  2. Malaysia’s Anthony Loke pitches pan-Asian rail as buffer for any South China Sea fallout – South China Morning Post
    https://www.scmp.com/week-asia/economics/article/3287405/malaysias-anthony-loke-pitches-pan-asian-rail-buffer-any-south-china-sea-fallout
  3. Malaysia Signals Readiness to Advance Pan-Asian Railway Network – The Exchange Asia
    https://theexchangeasia.com/malaysia-signals-readiness-to-advance-pan-asian-railway-network/
  4. Malaysia Ready To Develop Pan-Asian Railway Network – Bernama
    https://www.bernama.com/en/news.php?id=2414180
Programa SEHATI: A Estratégia da Indonésia para Impulsionar a Indústria Halal através de Certificação Gratuita em Grande Escala

Programa SEHATI: A Estratégia da Indonésia para Impulsionar a Indústria Halal através de Certificação Gratuita em Grande Escala

A Indonésia, país com a maior população muçulmana do mundo, acaba de anunciar um ambicioso programa que visa transformar seu posicionamento no mercado global de produtos Halal. A Agência Organizadora de Garantia de Produtos Halal (BPJPH) abriu uma cota de 1 milhão de certificações Halal gratuitas para 2025, direcionadas especificamente para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) em todo o país. Esta iniciativa, denominada SEHATI, representa uma estratégia abrangente que busca não apenas aumentar o número de produtos certificados, mas também fortalecer a competitividade da Indonésia como um dos principais centros de produção Halal no cenário internacional.

O Contexto Estratégico do Programa SEHATI

A Indonésia possui um potencial extraordinário para liderar o setor Halal global devido à sua vasta população muçulmana e diversificada base produtiva. O programa SEHATI faz parte de uma estratégia governamental mais ampla que visa transformar o país no principal produtor de produtos Halal até 2024-2025. Ahmad Haikal Hasan, presidente da BPJPH, enfatizou que esta iniciativa visa aprimorar significativamente a competitividade dos produtos indonésios, tanto no mercado doméstico quanto internacional.

A certificação Halal transcende sua dimensão religiosa, tornando-se um importante diferencial competitivo em um mercado global cada vez mais valorizado e reconhecido. Estimativas indicam que o mercado Halal global deve atingir a impressionante marca de USD 2,3 trilhões até 2024, englobando não apenas alimentos e bebidas, mas também outros setores como cosméticos, farmacêuticos, turismo, mídia e serviços financeiros. Apesar desse enorme potencial, a contribuição indonésia permanece relativamente pequena em comparação com países como Malásia e Emirados Árabes Unidos.

“A abertura da cota SEHATI para 2025 representa parte da estratégia governamental para incentivar a certificação Halal para produtos das MPMEs, visando aumentar sua competitividade tanto nos mercados domésticos quanto globais”, declarou o presidente da BPJPH. Esta visão estratégica reconhece que a certificação Halal não é apenas um requisito religioso ou legal, mas um vetor de desenvolvimento econômico para o país.

Mecanismos de Implementação e Infraestrutura de Suporte

O programa SEHATI, que teve sua fase de registro iniciada em 11 de abril de 2025, fundamenta-se em um sistema bem estruturado que combina simplificação de processos, suporte técnico e inovação tecnológica. A BPJPH incentiva as empresas elegíveis a se registrarem independentemente para a certificação Halal gratuita, oferecendo uma oportunidade valiosa para garantir que seus produtos atendam às normas Halal enquanto aumentam a confiança do consumidor.

Um aspecto fundamental do programa é sua extensa rede de suporte humano. A iniciativa é diretamente apoiada por uma estrutura nacional de 115.450 Assistentes de Processo de Produtos Halal, que ajudam as empresas a navegar e completar os procedimentos de certificação com maior eficiência. Ao eliminar todas as taxas associadas à certificação Halal, o programa permite que as MPMEs conservem recursos financeiros e se concentrem no crescimento dos negócios.

Para empresas com produtos de baixo risco e processos simples, o modelo de certificação Halal gratuita funciona através de um esquema de autodeclaração, com um mecanismo de submissão de aplicação por meio do site https://ptsp.halal.go.id/. Este processo é acompanhado por assistentes (P3H – Pendamping Proses Produk Halal) que auxiliam com base na documentação de materiais e processos de produção elaborados pelas empresas. Os assistentes realizam processos de verificação e validação que são então enviados à BPJPH.

Além de facilitar o processo de certificação, o SEHATI também contribui para a melhoria da gestão empresarial, permitindo que as MPMEs operem com maior eficácia e aumentem o valor de mercado de seus produtos. Para agilizar ainda mais os procedimentos, a BPJPH atualizou seu Sistema de Informação Halal, melhorando as capacidades de processamento de dados e acelerando a emissão de certificações.

Impacto Econômico e Social para as MPMEs Indonésias

O programa SEHATI representa uma democratização do acesso à certificação Halal, especialmente crítica para o setor de MPMEs, que constitui a espinha dorsal da economia indonésia. Com aproximadamente 64 milhões de MPMEs no país, o potencial para transformação econômica é imenso. Contudo, sem medidas estratégicas adequadas, o processo de certificação Halal poderia levar um tempo excessivamente longo para ser implementado em larga escala.

“Isso também significa que só poderíamos alcançar a certificação completa de produtos Halal após seis séculos. Portanto, não podemos usar o método normal, e devemos conceber um avanço. Um de nossos avanços é o programa de certificação Halal gratuita”, observou Aqil Irham, um dos líderes da iniciativa. Esta perspectiva sublinha a necessidade de abordagens inovadoras para acelerar a adoção da certificação Halal em um país com um tecido empresarial tão extenso e diversificado.

A contribuição do SEHATI para as MPMEs indonésias manifesta-se em múltiplas dimensões. Em primeiro lugar, o programa acelera significativamente o procedimento de certificação Halal, reduzindo barreiras burocráticas. Em segundo lugar, ao eliminar os custos associados ao processo, permite que empresas de menor porte, muitas vezes operando com margens estreitas, possam obter a certificação sem comprometer sua estabilidade financeira. Em terceiro lugar, através da digitalização do processo, facilita o acesso e a gestão da certificação para empresas mesmo em regiões remotas do arquipélago indonésio.

Estudos realizados em regiões específicas, como a Regência de Blitar, demonstram os benefícios tangíveis do programa. Esta região possui 33.932 micro e pequenas empresas, mas apenas 389 tinham certificação Halal antes da implementação do SEHATI. A pesquisa comprovou que o programa, através de socialização e assistência aos atores de negócios de processamento de produtos pecuários, mostrou-se eficaz. A análise de avaliação do modelo lógico em todos os indicadores revela que os atores empresariais estão bem informados, compreendem bem e concordam fortemente com os insumos, atividades, resultados e desfechos do programa SEHATI.

Desafios e Perspectivas Futuras para o Mercado Halal

Apesar dos avanços significativos proporcionados pelo programa SEHATI, a Indonésia ainda enfrenta desafios importantes na consolidação de sua posição no mercado Halal global. Um estudo recente investigou a correlação entre a emissão de certificação Halal e o valor das exportações, revelando uma correlação negativa fraca, com o valor das exportações de produtos Halal diminuindo em 2023 devido a desafios econômicos globais. Estes resultados destacam a importância de abordar fatores externos e adotar uma abordagem abrangente, envolvendo tanto o governo quanto as empresas, para aprimorar o desempenho das exportações Halal da Indonésia e garantir um crescimento de longo prazo.

O financiamento sustentável do programa também representa um desafio. Segundo informações oficiais, 62% do financiamento necessário para a emissão de um milhão de certificados gratuitos virá do orçamento total da BPJPH para 2024. O financiamento também será apoiado pelo orçamento de certificação Halal de vários ministérios, agências e partes interessadas, incluindo suporte da nomenclatura orçamentária para facilitar a certificação Halal dos governos regionais em toda a Indonésia através da emissão do Regulamento do Ministro de Assuntos Internos Número 15 de 2023.

No cenário internacional, a BPJPH está buscando completar a avaliação de 38 instituições Halal estrangeiras o mais rapidamente possível, sinalizando suas ambições de harmonização e reconhecimento internacional de seu sistema de certificação. Este esforço é crucial para consolidar a posição do país como referência global em normas e práticas Halal.

A Indonésia possui vantagens competitivas significativas que a posicionam naturalmente como líder no mercado Halal global: sua imensa população muçulmana, ultrapassando 230 milhões de pessoas; uma herança islâmica profundamente enraizada que proporciona uma base autêntica para o desenvolvimento de produtos Halal; recursos naturais abundantes, particularmente nos setores de agricultura, pesca e silvicultura; e um apoio governamental forte e estratégico.

A Contribuição do SEHATI para um Novo Paradigma na Indústria Halal

Com essas importantes melhorias sob o SEHATI 2025, a Indonésia está se aproximando do estabelecimento de um sistema abrangente de normas Halal, que apoia o desenvolvimento das MPMEs enquanto garante transparência e qualidade dos produtos para os consumidores. O programa não apenas facilita a conformidade regulatória, mas também posiciona estrategicamente as empresas indonésias para capturar oportunidades em um mercado Halal global em rápida expansão.

A abordagem indonésia oferece lições valiosas para outros países com populações muçulmanas significativas que buscam desenvolver suas indústrias Halal. Ao eliminar barreiras financeiras e simplificar processos, demonstra como políticas públicas bem projetadas podem catalisar o desenvolvimento de todo um setor econômico enquanto proporcionam benefícios tangíveis para empresas de pequeno porte.

O programa SEHATI representa uma mudança de paradigma na busca de ampla conformidade Halal na Indonésia. Esta iniciativa é particularmente transformadora para a grande maioria das MPMEs indonésias, que frequentemente carecem de recursos financeiros substanciais necessários para navegar e absorver os custos diretos e indiretos tradicionalmente associados à obtenção e manutenção de certificação Halal credível.

A democratização da conformidade assegura que mesmo as menores empresas com recursos mais limitados sejam capacitadas a participar ativamente e beneficiar-se diretamente da economia Halal global em rápida expansão. Ao remover efetivamente a barreira financeira proibitiva, o governo indonésio está fomentando um cenário econômico mais inclusivo e equitativo, permitindo que um espectro mais amplo de sua comunidade empresarial aproveite as oportunidades lucrativas apresentadas pela demanda global por produtos e serviços Halal.

Conclusão

O programa SEHATI representa uma iniciativa ambiciosa e estratégica que posiciona a Indonésia para assumir um papel de liderança no mercado Halal global. Ao oferecer certificação Halal gratuita para um milhão de MPMEs até 2025, o país não apenas fortalece a competitividade de suas empresas, mas também cria um ecossistema de produção Halal robusto que pode impulsionar significativamente suas exportações e crescimento econômico.

A abordagem indonésia demonstra como políticas governamentais proativas podem transformar potenciais demográficos e culturais em vantagens econômicas concretas. Ao investir em infraestrutura de suporte, simplificação de processos e eliminação de barreiras financeiras, o programa SEHATI oferece um modelo que poderia inspirar iniciativas semelhantes em outros países muçulmanos e mesmo em nações não-muçulmanas interessadas em acessar o crescente mercado Halal global.

Enquanto a Indonésia continua a implementar e refinar esse programa, será crucial monitorar seu impacto real nas exportações, crescimento econômico e desenvolvimento das MPMEs. O sucesso do SEHATI poderá estabelecer um novo paradigma para o desenvolvimento da indústria Halal globalmente, com implicações significativas para o comércio internacional e a economia islâmica como um todo.

Referências

  1. BPJPH and Parliament Promote Free Halal Certification for Business Actors (BPJPH)
  2. Indonesia promotes Halal industry through large-scale free certification programme (Vietnam Plus)
  3. SEHATI’s Contribution (Free Halal Certification) For Medium and Small Enterprises (MSE) in Indonesia (International Journal of Islamic Economics)
  4. The Effectiveness of Free Halal Certification Services Through the Scheme Self Declare for SMEs in Lampung Province (International Journal of Economics and Commerce)
  5. Free certification a strategy to support halal products: BPJPH (Antara News)
  6. SEHATI PROGRAM: A FLEXIBLE MODEL FOR EFFECTIVE HALAL CERTIFICATION (Jurnal Harmoni)

Rússia Expande Experimento em Finanças Islâmicas: Oportunidades para a Malásia no KazanForum 2025

Rússia Expande Experimento em Finanças Islâmicas: Oportunidades para a Malásia no KazanForum 2025

O mercado russo está se tornando cada vez mais acessível para investimentos do mundo islâmico. Desde 2023, um experimento em financiamento de parceria tem sido implementado com sucesso em várias regiões da Federação Russa, criando um novo mecanismo para atrair investimentos do mundo islâmico. O experimento agora está planejado para ser ampliado e estendido até o outono de 2028, com o parlamento russo pretendendo expandir a lista de transações permitidas sob a lei da Sharia, incluindo a possibilidade de seguro mútuo de interesses de propriedade. Essas mudanças visam aumentar a atratividade dos instrumentos de financiamento de parceria, especialmente para investidores dos países da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), da qual a Malásia faz parte.

A Evolução do Financiamento Islâmico na Rússia

O financiamento islâmico, também conhecido como financiamento de parceria, tem sido uma área de crescente interesse para a Rússia nos últimos anos. Este modelo financeiro, que segue os princípios da Sharia, proíbe o pagamento de juros (riba) e transações com juros relacionados, transações incertas (gharar), e o financiamento de setores econômicos específicos, como jogos de azar, produção de carne suína e bebidas alcoólicas. Em vez disso, ele enfatiza o compartilhamento de riscos entre as partes financiadoras e os clientes, baseando-se em ativos reais ou transações com esses ativos.

Em agosto de 2023, o presidente russo Vladimir Putin assinou uma lei para conduzir um experimento de introdução de bancos islâmicos na Rússia no período de 1º de setembro de 2023 a 1º de setembro de 2025. O experimento está sendo realizado nos territórios de Daguestão, Chechênia, Bashkortostan e Tartaristão. De acordo com a lei adotada, os participantes do financiamento de contrapartida não têm o direito de financiar atividades associadas à produção de produtos de tabaco e alcoólicos, armas, munições, comércio desses bens e também jogos de azar.

Significado para a Malásia

De acordo com Talia Minullina, Chefe da Agência de Desenvolvimento de Investimentos do Tartaristão, o volume de transações bancárias islâmicas mais do que dobrou no ano passado. O experimento está se desenvolvendo e pode eventualmente se tornar uma prática permanente. O Tartaristão é uma das quatro regiões da Federação Russa onde o experimento está ocorrendo, e é considerado o líder na Federação Russa em termos de volume de transações de financiamento de parceria.

Isso é particularmente importante para a Malásia, onde programas de financiamento de parceria e investimento são geralmente projetados para um longo período de até 7-10 anos, de acordo com especialistas. A Malásia, sendo líder em termos de participação nos ativos totais mundiais de bancos islâmicos e um dos maiores países em termos de ativos de finanças islâmicas, pode desempenhar um papel significativo neste novo mercado.

Potencial de Investimento Projetado

Em geral, o valor estimado de investimentos em projetos russos por meio do formato de financiamento islâmico é de mais de US$ 10 bilhões. Nos próximos dois anos, especialistas esperam um crescimento dez vezes maior nesta área.

“Para trabalhar com investidores dos países da Organização de Cooperação Islâmica, é extremamente importante formar um mercado de câmbio na Rússia, para que grandes emissores possam entrar no mercado e emitir vários instrumentos de orientação diferente no âmbito da legislação russa atual. Quando esses mecanismos funcionarem e normas claras forem prescritas, haverá muito mais investimentos”, disse Minullina.

Desenvolvimento de Capital Humano

Para desenvolver o novo mercado de investimentos, as regiões russas fortaleceram o treinamento de especialistas – financistas, advogados e gerentes. O pessoal é treinado em cooperação e de acordo com as normas da AAOIFI – Organização de Contabilidade e Auditoria para Instituições Islâmicas, com sede no Bahrein. O objetivo da AAOIFI é manter e promover normas da Sharia para instituições financeiras islâmicas.

Este trabalho está aumentando na Rússia e uma plataforma de investimento totalmente Halal já está sendo preparada para lançamento. Ela será compatível com as normas da AAOIFI e gerenciada por especialistas em finanças islâmicas. O projeto está sendo implementado em conjunto com dois fundos árabes e visa financiar startups promissoras na Rússia e na Comunidade dos Estados Independentes (CEI).

Aqueles que desejam investir poderão receber uma parte dos lucros futuros de acordo com os princípios da Sharia, enquanto as empresas poderão atrair fundos de parceiros e emitir o equivalente islâmico de títulos – sukuk. Atualmente, a plataforma está em processo de registro, com lançamento completo programado para maio de 2025.

Além disso, em 2025, a AAOIFI realizará, pela primeira vez, uma conferência internacional na Rússia sobre o tema: “Finanças e investimentos islâmicos: promovendo o desenvolvimento sustentável e a parceria global” no âmbito do KazanForum 2025.

Finanças Islâmicas como Impulsionador do Comércio

O desenvolvimento das finanças islâmicas também será positivo para o comércio. O volume de negócios da Rússia com países do Mundo Islâmico nos primeiros nove meses de 2024 totalizou US$ 106 bilhões. Desse montante, US$ 5,9 bilhões – representando um crescimento de 40% ao longo do ano – foram gerados pelo Tartaristão, onde o experimento na aplicação de finanças islâmicas é mais ativo e bem-sucedido. Pressupõe-se que esta região específica possa se tornar uma ponte de conexão entre a Rússia e os países da OCI.

“Nos últimos dois ou três anos, não apenas os números do volume de negócios cresceram, mas também o número de transações entre a Rússia e os países da OCI”, disse Abdelilah Belatik, Secretário Geral do Conselho Geral de Bancos e Instituições Financeiras Islâmicas (CIBAFI), na abertura de um programa de treinamento sobre finanças de parceria em Kazan, em fevereiro de 2025. Segundo ele, estes são principalmente Turquia, Emirados Árabes Unidos, países do Golfo, bem como Malásia e Indonésia.

O Papel Estratégico da Malásia

O desenvolvimento adicional das finanças islâmicas na Federação Russa no futuro próximo pode elevar os laços econômicos com os países do Sul Global a um novo patamar. Entre os principais participantes do novo mercado pode estar a Malásia, líder em termos de participação nos ativos totais mundiais de bancos islâmicos e um dos maiores países em termos de ativos de finanças islâmicas.

A disposição de estabelecer cooperação com a Rússia no setor de finanças islâmicas foi anunciada no outono de 2024 pelo Primeiro-Ministro da Malásia, Datuk Seri Anwar Ibrahim. Segundo ele, esta é uma das áreas nas relações bilaterais dos países onde a cooperação está atrasada.

Áreas Potenciais para Cooperação Futura

Entre as novas áreas de cooperação no futuro, pode-se assumir, estão investimentos conjuntos envolvendo finanças islâmicas nos ativos de empresas russas e estrangeiras. A Rússia está desenvolvendo rapidamente a “indústria Halal” – a produção de bens e serviços que atendem às normas islâmicas. Uma série de produtos tem perspectivas de exportação para países da OCI e para a Malásia.

Só na região do Tartaristão, existem mais de 100 indústrias Halal, e mais de duas dezenas são orientadas para exportação. Outras áreas incluem o desenvolvimento do estilo de vida Halal – turismo Halal, produção Halal, moda, finanças, TI e mídia – e em medicina e educação Halal. Os países da OCI, incluindo a Malásia, podem oferecer competências nessas áreas.

KazanForum 2025 como Evento-Chave

O XVI Fórum Econômico Internacional “Rússia – Mundo Islâmico: KazanForum” 2025, marcado para maio de 2025, mostrará como projetos conjuntos em finanças de parceria podem se desenvolver. Será realizado em Kazan, por seis dias a partir de 13 de maio de 2025, com o tema principal “Digitalização: uma nova realidade e oportunidades adicionais para expandir a cooperação.”

De acordo com Marat Khusnullin, Vice-Primeiro-Ministro russo, o 16º Fórum Econômico Internacional “Rússia – Mundo Islâmico” deverá atrair pelo menos 20.000 participantes. “Nosso evento gera interesse significativo entre as nações parceiras e em todo o mundo islâmico. Consideramos esta ocasião promissora tanto em termos de exportação de produtos russos quanto de importação de bens desses países. Preparamos um programa apropriado e iniciamos a campanha de inscrição, com mais de 20.000 participantes já confirmados”, anunciou Khusnullin após uma reunião do comitê organizador do evento.

Além da componente de negócios, os participantes do Fórum e convidados da capital do Tartaristão desfrutarão de ricos programas culturais e de exposição, incluindo o festival de cozinhas de países islâmicos, o Festival de Cultura Oriental da KFU, o festival Modest Fashion Day, entre outros eventos.

Conclusão

O desenvolvimento das finanças islâmicas na Rússia representa uma importante oportunidade de cooperação econômica entre a Rússia e os países do mundo islâmico, incluindo a Malásia. A extensão e ampliação do experimento de financiamento de parceria até 2028, a preparação para o lançamento de uma plataforma de investimento totalmente Halal, e a realização do XVI Fórum Econômico Internacional “Rússia – Mundo Islâmico: KazanForum” em maio de 2025 são passos significativos nesse sentido.

Para a Malásia, como líder mundial em finanças islâmicas, esta evolução abre portas para novas oportunidades de investimento e cooperação com a Rússia. A declaração do Primeiro-Ministro da Malásia, Datuk Seri Anwar Ibrahim, sobre a disposição de estabelecer cooperação com a Rússia no setor de finanças islâmicas sugere que ambos os países estão prontos para explorar essas oportunidades. O KazanForum 2025 será um evento-chave para mostrar como essas relações podem se desenvolver e quais projetos conjuntos em finanças de parceria podem ser implementados.

Referências

  1. Bernama. KazanForum 2025 : Russia Opens Up To Islamic Finance – What’s In Store For Malaysia? https://www.bernama.com/en/world/news.php?id=2413193
  2. TASS. At least 20,000 participants to attend KazanForum 2025, says Russian deputy PM. https://tass.com/society/1944973
  3. Interfax. Russian president signs law on Islamic banking experiment. https://interfax.com/newsroom/top-stories/93320/
  4. Accounting and Auditing Organization for Islamic Financial Institutions. 1st International Conference on Partnership Finance and Investments to be held in Russia as part of KazanForum 2025. https://aaoifi.com/announcement/1st-international-conference-on-partnership-finance-and-investments-to-be-held-in-russia-as-part-of-kazanforum-2025/?lang=en
  5. The architecture of the business program of the Russia – Islamic World: KazanForum forum is presented. https://iz.ru/en/1851474/2025-03-10/architecture-business-program-russia-islamic-world-kazanforum-forum-presented

Tudo sobre refeições Halal em voos internacionais: o que saber e como solicitar

As 5 Principais Companhias Aéreas que Oferecem Refeições de Alta Qualidade com Certificação Halal

Ao embarcar em uma viagem aérea, os passageiros muçulmanos frequentemente enfrentam a preocupação de encontrar refeições adequadas que atendam aos requisitos Halal. Felizmente, algumas das principais companhias aéreas do mundo agora oferecem opções culinárias de alta qualidade com certificação Halal, elevando a experiência de viagem para milhões de passageiros. Este cenário representa não apenas um avanço em termos de inclusão, mas também reflete o crescimento significativo do mercado Halal global, que continua a se expandir além dos produtos alimentícios para abranger diversos setores, incluindo turismo e serviços de hospitalidade.

O Panorama das Refeições Halal em Companhias Aéreas

A certificação Halal para refeições aéreas tornou-se um diferencial competitivo importante para as companhias, especialmente aquelas que operam em rotas com grande demanda de passageiros muçulmanos. A certificação Halal envolve um processo rigoroso que verifica se os alimentos estão em conformidade com os preceitos islâmicos, garantindo que não contenham substâncias proibidas como carne suína e álcool, além de assegurar que os métodos de processamento sigam as diretrizes da lei islâmica.

Em voos internacionais, as refeições Halal são frequentemente identificadas pelo código MOML (Muslim Meal). No entanto, é importante notar que nem todas as refeições rotuladas como MOML possuem certificação Halal oficial. Algumas companhias simplesmente oferecem refeições sem ingredientes proibidos, mas sem passar pelo processo formal de certificação, enquanto outras investem em certificação completa por organismos reconhecidos internacionalmente.

As Cinco Estrelas da Culinária Halal nos Céus

1. Emirates

A Emirates lidera o ranking como a companhia aérea que serve as melhores refeições a bordo, todas com certificação Halal. Desde o cordeiro biryani até o curry de frango com arroz e salmão defumado, cada prato é preparado com atenção meticulosa e é adequado para muçulmanos, utilizando ingredientes de alta qualidade. O compromisso com a alimentação Halal se aplica a todos os voos da Emirates em todas as classes, tornando-a uma escolha confiável para viajantes muçulmanos.

A demanda por refeições vegetarianas e veganas na Emirates também cresceu significativamente, com um aumento de 40% ano a ano no consumo de refeições à base de plantas em sua rede. Em 2023, a companhia serviu mais de 450.000 refeições veganas em seus voos, um aumento substancial em relação às 280.000 refeições veganas servidas em 2022.

2. Etihad

De acordo com o site oficial da Etihad, todas as refeições servidas a bordo são preparadas conforme rigorosas regulamentações Halal. Isso significa que passageiros muçulmanos não precisam fazer uma solicitação especial para refeições Halal com antecedência. A experiência gastronômica da Etihad é considerada cinco estrelas, com pratos inspirados nos destinos globais da companhia aérea, como o margooga de frango e frango ao molho curry japonês.

3. Turkish Airlines

Constantemente classificada entre as companhias aéreas com as melhores refeições, a Turkish Airlines está comprometida em servir alimentos preparados de acordo com as diretrizes islâmicas. Seu cardápio premiado apresenta uma variedade de pratos, desde a culinária tradicional turca até sabores globais. Passageiros da classe executiva podem saborear especialidades como o defumado kebab Adana, enquanto os viajantes da classe econômica desfrutam de sanduíches frescos feitos com diversos pães e condimentos.

4. Delta

Embora a Delta possa não ser o primeiro nome que vem à mente quando se pensa em refeições Halal, esta companhia aérea norte-americana oferece refeições Halal pré-encomendadas. Todas as refeições solicitadas desta forma são livres de carne suína, derivados de porco e álcool. Passageiros voando na Primeira Classe, Delta One e em todos os voos da Main Cabin podem solicitar refeições Halal com antecedência para uma experiência gastronômica mais inclusiva.

5. ANA

A All Nippon Airways (ANA) oferece refeições muçulmanas que aderem às regulamentações e costumes do Islam. As refeições são preparadas sem ingredientes proibidos como carne suína, derivados de porco, gelatina, álcool ou frutos do mar fora das diretrizes Halal. Alguns pratos incluem frango ao curry com manteiga, curry de espinafre com queijo cottage, salada de quatro feijões e muffins de abóbora.

O Que Diferencia as Líderes em Serviços Halal

As companhias aéreas líderes em ofertas Halal não apenas fornecem refeições certificadas, mas também incorporam uma compreensão mais ampla das necessidades dos viajantes muçulmanos. Isso inclui considerações sobre horários de oração, disponibilidade de opções de entretenimento apropriadas e atenção a requisitos culturais específicos.

A certificação Halal desempenha um papel crucial no mercado global, garantindo que produtos e serviços atendam às exigências da lei islâmica. Para produtos alimentícios, isso envolve verificar a origem dos ingredientes, os métodos de processamento e manipulação, além de garantir a ausência de substâncias não-Halal. Um sistema de certificação Halal confiável e credível é essencial para construir a confiança do consumidor e garantir acesso a mercados internacionais.

Desafios na Oferta de Refeições Halal em Voos

Apesar dos avanços, existem desafios significativos na oferta de refeições Halal em voos. Um incidente relatado em março de 2024 envolveu um casal de Glasgow que havia solicitado refeições veganas em um voo da Emirates de Dubai para Bangkok, mas recebeu refeições com carne Halal por engano. Este caso destaca a complexidade de gerenciar diferentes tipos de solicitações de refeições especiais e a importância de sistemas robustos para rastrear e atender a essas solicitações.

Outro desafio é a variação nas normas e certificações Halal entre diferentes países e regiões. O que é considerado Halal em um país pode não ser aceito em outro, criando desafios para companhias aéreas internacionais que servem passageiros de diversas origens.

O Crescimento do Mercado Halal Global e seu Impacto nas Políticas das Companhias Aéreas

O mercado Halal global está avaliado em trilhões de dólares americanos e projeta-se um crescimento robusto contínuo nos próximos anos. Estima-se que a economia Halal global esteja crescendo a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 7,5%, podendo atingir US$ 2,8 trilhões até 2025.

Este crescimento é impulsionado pelo aumento da população muçulmana global, maior consciência e demanda por produtos éticos e em conformidade com a Sharia, e o reconhecimento das normas Halal como marca de qualidade e segurança. O mercado Halal não está mais restrito apenas a produtos alimentícios, tendo evoluído para um ecossistema diversificado que abrange finanças Halal, turismo, moda, cosméticos, produtos farmacêuticos e entretenimento.

As companhias aéreas estão respondendo a esta tendência não apenas oferecendo refeições Halal, mas também considerando outros aspectos da experiência de viagem para atender às necessidades dos viajantes muçulmanos. Isso inclui a disponibilização de salas de oração em aeroportos, opções de entretenimento a bordo compatíveis com valores islâmicos e treinamento da tripulação para compreender e respeitar as necessidades culturais e religiosas dos passageiros muçulmanos.

Dicas para Viajantes Muçulmanos ao Escolher Companhias Aéreas

Para os viajantes muçulmanos que buscam garantir que suas necessidades sejam atendidas durante o voo, aqui estão algumas dicas práticas:

  1. Entenda o que envolve a comida Halal aérea: Alimentos Halal em companhias aéreas referem-se a refeições que seguem as leis dietéticas islâmicas prescritas no Alcorão e Sunnah (Tradição profética) . Estas refeições são preparadas de acordo com os padrões Halal, utilizando ingredientes certificados Halal e garantindo que não ocorra contaminação cruzada com alimentos não-Halal.
  2. Reserve sua refeição Halal com antecedência: Para garantir que você receba uma refeição Halal, é essencial solicitá-la com antecedência. A maioria das companhias aéreas exige que você faça essa solicitação pelo menos 24 a 48 horas antes do seu voo.
  3. Verifique diretamente com a companhia aérea: Confirme sua solicitação de refeição Halal diretamente com a companhia aérea alguns dias antes do seu voo, além de informar seu agente de viagens. Mantenha e-mails de confirmação ou números de referência relacionados ao seu pedido de refeição especial.
  4. Reconfirme a bordo: Reconfirme educadamente seu pedido de refeição Halal com a tripulação de cabine ao embarcar no voo. Verifique cuidadosamente o conteúdo da sua refeição antes de consumi-la para garantir que esteja de acordo com seus requisitos dietéticos.

Opção Kosher como Alternativa em Voos Internacionais

Além das refeições Halal, companhias aéreas brasileiras como LATAM, Azul e Avianca também oferecem a opção de refeição kosher (KSML) em voos internacionais de longa duração. A solicitação deve ser feita com antecedência, geralmente pelo site, aplicativo ou central de atendimento, logo após a reserva, para garantir o serviço no dia da viagem. A maioria das restrições alimentares presentes na tradição kosher, como a proibição da carne de porco, coincide com as normas Halal, tornando a refeição kosher uma alternativa viável na ausência de opções Halal. O próprio Alcorão, no versículo 5:5 da surata Al-Maida, permite aos muçulmanos consumir o alimento do “Povo do Livro”, ou seja, judeus e cristãos, desde que respeitadas as demais restrições islâmicas e o método de abate manual.

O Futuro das Ofertas Halal em Viagens Aéreas

O futuro das ofertas Halal em viagens aéreas parece promissor à medida que mais companhias reconhecem o valor de atender ao crescente segmento de viajantes muçulmanos. Espera-se que mais companhias aéreas busquem certificação Halal para suas refeições e desenvolvam programas abrangentes para atender às diversas necessidades dos passageiros muçulmanos.

A colaboração entre companhias aéreas e organismos de certificação Halal, como o JAKIM da Malásia, provavelmente se tornará mais comum. O JAKIM é amplamente reconhecido como uma referência global em certificação Halal, estabelecendo normas rigorosas que são aceitas em numerosos países ao redor do mundo. Sua expertise pode ajudar as companhias aéreas a implementar práticas Halal consistentes e de alta qualidade.

As inovações tecnológicas também desempenharão um papel importante no futuro das ofertas Halal em voos, permitindo melhor rastreabilidade dos ingredientes, sistemas de pedidos mais eficientes e maior transparência para os passageiros sobre o status Halal de suas refeições.

Conclusão

As cinco principais companhias aéreas que oferecem refeições de alta qualidade com certificação Halal – Emirates, Etihad, Turkish Airlines, Delta e ANA – estão liderando o caminho na criação de experiências de viagem mais inclusivas e acolhedoras para passageiros muçulmanos. Seu compromisso com a excelência culinária e com o atendimento das necessidades dietéticas religiosas demonstra uma resposta ao crescente mercado Halal global e uma compreensão mais profunda da diversidade de seus passageiros.

À medida que o mercado Halal continua a se expandir globalmente, podemos esperar que mais companhias aéreas sigam este exemplo, melhorando suas ofertas Halal e considerando abordagens mais holísticas para atender às necessidades dos viajantes muçulmanos. Para os passageiros, isso significa mais opções, maior confiança e uma experiência de viagem mais confortável e agradável.

A evolução das ofertas Halal em viagens aéreas não é apenas uma tendência de negócios, mas um reflexo de um mundo cada vez mais consciente e respeitoso com a diversidade cultural e religiosa. As companhias aéreas que reconhecem e atendem a essa diversidade não apenas ganham vantagem competitiva, mas também contribuem para uma indústria de viagens mais inclusiva e acolhedora para todos.

Referências

  1. Alternative Airlines. Guide to Airlines With Halal In-Flight Mealshttps://www.alternativeairlines.com/halal-airline-meals
  2. Centro Halal Da América Latina. Notícias: JAKIM planeja estabelecer certificação Halal nas Filipinashttps://www.centrohalal.com.br/jakim-certificacao-halal-filipinas/
  3. Halal Times. Top 5 Airlines Now Offer Top-Rated Food with Halal Certificationhttps://www.halaltimes.com/top-5-airlines-now-offer-top-rated-food-with-halal-certification/
  4. Halal Times. Emirates Serves Halal Instead of Vegan Meal to Passengershttps://www.halaltimes.com/emirates-serves-halal-instead-of-vegan-meal-to-passengers
  5. Tempo.co. Top 5 Airlines with the Best Food and Halal Certifiedhttps://en.tempo.co/read/1996607/top-5-airlines-with-the-best-food-and-halal-certified

Parceria Estratégica entre Malásia e China para o Desenvolvimento de Parque Industrial Halal de Alta Tecnologia

Parceria Estratégica entre Malásia e China para o Desenvolvimento de Parque Industrial Halal de Alta Tecnologia

A indústria Halal da Malásia está prestes a expandir sua influência global com o desenvolvimento do Parque Industrial de Alimentos Halal China-Malásia em Perak. Esta iniciativa colaborativa entre o Grupo de Investimento China-Malásia e a Corporação de Desenvolvimento Econômico Islâmico de Perak visa criar um hub dinâmico para pesquisa, produção, certificação e comércio de produtos Halal. A parceria estratégica combinará as respeitadas normas de certificação Halal da Malásia com as capacidades avançadas de processamento alimentar e gerenciamento da cadeia de suprimentos da China, fortalecendo significativamente a posição da Malásia no mercado Halal global.

Estrutura e Objetivos do Novo Parque Industrial

O parque industrial Halal em Perak representa um marco significativo na expansão das capacidades da indústria Halal da Malásia. Com uma área de 60 hectares, o acordo de desenvolvimento foi formalizado recentemente através de uma cerimônia de assinatura entre Liang Jun, presidente do Grupo de Investimento China-Malásia, e Amirul Hakim Abdullah, diretor executivo da Corporação de Desenvolvimento Econômico Islâmico de Perak. A cerimônia contou com a presença de importantes figuras como o presidente da corporação, Prof. Datuk Dr. Ansary Ahmed, o diretor do Conselho de Negócios Malásia-China, Datuk Beh Hang Kong, e o vice-diretor do comitê de gestão do Parque Industrial Qinzhou China-Malásia, Zuo Kongtian.

O parque industrial tem como objetivo aproveitar o alcance global da certificação Halal malaia em conjunto com a experiência chinesa em processamento de alimentos e gerenciamento da cadeia de suprimentos. Esta sinergia visa estabelecer um centro de excelência para pesquisa, produção, certificação e comércio no setor Halal. Conforme destacado por Datuk Beh Hang Kong, diretor do Conselho de Negócios Malásia-China, o parque tem o potencial de aprofundar a cooperação bilateral em processamento de alimentos Halal, reconhecimento mútuo de normas e desenvolvimento de marcas.

Implementação e Vantagens Estratégicas

“O Grupo de Investimento China-Malásia planeja estabelecer este parque de alimentos Halal dentro do Parque Industrial Qinzhou, aderindo às normas estabelecidas pelo Jakim da Malásia”, afirmou Beh. Este projeto se beneficiará de várias vantagens estratégicas, incluindo acesso privilegiado ao mercado da Asean, eficiente transporte ferroviário China-Europa e infraestrutura logística abrangente.

O projeto atrairá empreendimentos de produção e processamento de alimentos Halal da Malásia e de países da Asean. Oferecerá serviços em comércio, logística, armazenamento e certificação Halal para apoiar fabricantes e exportadores. Adicionalmente, o parque contará com um centro de certificação Halal e uma base de treinamento de talentos para garantir suporte profissional aos processos de certificação e desenvolvimento da força de trabalho.

Importância da Certificação e Mercado Halal

A Malásia é reconhecida globalmente por seu sistema de certificação Halal de alto padrão, o que contribuiu para o estabelecimento de uma forte rede de diplomacia Halal, reforçando ainda mais a posição do país como um importante player global no setor Halal. Esta reputação ficou evidente quando a Malásia manteve o primeiro lugar no Indicador Global de Economia Islâmica (GIEI) por 10 anos consecutivos, refletindo a contínua liderança da nação neste importante setor econômico.

O mercado Halal chinês representa uma oportunidade significativa, considerando que a China, com sua população de 1,4 bilhão, abriga mais de 20 milhões de muçulmanos. A demanda chinesa por produtos e serviços Halal não pode ser ignorada, o que explica por que a Malásia está “avançando rapidamente no mercado (chinês)”, segundo Mohd Mustafa Abdul Aziz, CEO da Corporação de Desenvolvimento do Comércio Externo da Malásia (MATRADE).

Perspectivas Econômicas e Colaboração Futura

O Fórum de Negócios Halal Malásia-China, realizado em 10 de setembro em Xangai, desbloqueou um novo potencial de investimento no setor Halal da Malásia, com aproximadamente RM4 bilhões em investimentos de players da indústria Halal chinesa. O vice-primeiro-ministro Datuk Seri Ahmad Zahid Hamidi, que participou do fórum como parte de sua visita de trabalho de cinco dias à China, destacou que o investimento abrange vários setores, incluindo medicina herbal, alimentos e bebidas, vacinas, cosméticos e produtos farmacêuticos.

Durante o fórum, o vice-primeiro-ministro também propôs o estabelecimento de um Corredor Comercial Halal Malásia-China para impulsionar o comércio Halal no âmbito da iniciativa One Belt One Road. “Isso nos permitiria atender melhor às necessidades Halal das nações BRICS, ASEAN e Sul Global, ao mesmo tempo que agilizaria o comércio entre a China e a Malásia para uma cadeia de suprimentos mais eficiente”, disse ele.

O Contexto Mais Amplo da Indústria Halal Malaia

A Malásia está intensificando esforços para expandir seus parques industriais Halal, com o objetivo de aumentar as capacidades de produção local e atrair investimentos estrangeiros, particularmente de empresas multinacionais. Khairul Azwan Harun, presidente da Halal Development Corporation Bhd (HDC), explicou que órgãos governamentais como o Ministério de Investimento, Comércio e Indústria (Miti) e a Autoridade de Desenvolvimento de Investimentos da Malásia (Mida), juntamente com players da indústria, estão focados em fortalecer a cadeia de suprimentos da Malásia, particularmente em setores relacionados a alimentos, bebidas e produtos de consumo.

Um elemento-chave desta estratégia é garantir a disponibilidade de matérias-primas locais, que desempenha um papel crítico na atração de empresas estrangeiras. “Se empresas estrangeiras precisarem importar quantidades significativas de matérias-primas, isso cria custos duplos, que estamos buscando minimizar. Nosso objetivo é garantir que as empresas possam contar com materiais de origem local, reduzindo custos de produção e aumentando a competitividade da Malásia”, afirmou Khairul Azwan.

A Evolução da Colaboração Halal entre Malásia e China

Esta nova iniciativa não representa o primeiro esforço colaborativo entre a Malásia e a China no desenvolvimento da indústria Halal. Em janeiro de 2013, o Conselho de Desenvolvimento da Região Econômica da Costa Leste (ECERDC) da Malásia assinou um Memorando de Entendimento (MOU) com o Escritório Industrial Têxtil e Leve de Ningxia (NLTIB) da República Popular da China para explorar, colaborar e criar oportunidades de investimento na indústria Halal internacional.

A região autônoma de Ningxia, localizada no centro-norte da China, tem uma grande concentração de muçulmanos e foi designada pelo governo chinês como centro de produção de alimentos Halal. O escopo da cooperação ECERDC-NLTIB cobriu manufatura, matchmaking de negócios, certificação Halal, armazenamento e logística, políticas de compartilhamento de informações e pesquisa e desenvolvimento.

Conclusão

A iniciativa do Parque Industrial de Alimentos Halal China-Malásia em Perak sublinha o compromisso da Malásia em elevar sua indústria Halal e fomentar a colaboração internacional neste setor em rápido crescimento. Combinando a expertise da Malásia em certificação Halal com as capacidades avançadas da China em processamento e distribuição, esta parceria estratégica promete fortalecer a posição de ambos os países no mercado Halal global, criando novas oportunidades para fabricantes, exportadores e consumidores de produtos Halal.

Este desenvolvimento representa não apenas uma oportunidade econômica significativa, mas também um passo importante na evolução da indústria Halal global, demonstrando como a colaboração internacional pode impulsionar a inovação e o crescimento em um setor fundamentado em princípios religiosos e éticos rigorosos.

Referências

Muslim Network TV. Malaysia partners with China to launch cutting-edge halal food park. https://www.muslimnetwork.tv/malaysia-partners-with-china-to-launch-cutting-edge-halal-food-park/

The Star. From local halal hub to the world. https://www.thestar.com.my/news/nation/2025/04/13/from-local-halal-hub-to-the-world

Malay Mail. DPM Zahid says halal diplomacy in action as Malaysia secures RM4b investment from China industry players. https://www.malaymail.com/news/malaysia/2024/09/13/dpm-zahid-says-halal-diplomacy-in-action-as-malaysia-secures-rm4b-investment-from-china-industry-players/150253

China Daily HK. China vital to Malaysia’s halal hub dreams. https://www.chinadailyhk.com/hk/article/593239

HDC Global. Malaysia steps up efforts to expand halal industrial parks. https://hdcglobal.com/news/2024/09/18/malaysia-steps-up-efforts-to-expand-halal-industrial-parks/

ECERDC. China-Malaysia ties set to soar, the Halal way in ECER. https://www.ecerdc.com.my/media_releases/china-malaysia-ties-set-to-soar-the-halal-way-in-ecer/