Arábia Saudita Assume Vice-Presidência do Codex Alimentarius

Arábia Saudita Assume Vice-Presidência do Codex Alimentarius

Em um marco significativo para a indústria alimentar global, a Arábia Saudita conquistou a vice-presidência da Comissão do Codex Alimentarius, reforçando seu papel na definição de normas internacionais de segurança alimentar. A eleição ocorreu durante a 47ª sessão anual da Comissão, realizada em Genebra, Suíça, na quarta-feira, 28 de novembro de 2024.

Khalid Al-Zahrani, representante saudita e atual presidente do Codex para a região do Oriente Próximo, foi eleito para o cargo de vice-presidente. Sua nomeação destaca o crescente reconhecimento internacional da Arábia Saudita no cenário da segurança alimentar global.

“Esta eleição reflete o compromisso contínuo da Arábia Saudita com a promoção de práticas alimentares seguras e sustentáveis em todo o mundo”, declarou Al-Zahrani após o anúncio. “Estamos ansiosos para colaborar com parceiros internacionais para fortalecer as normas alimentares globais.”

A ascensão de Al-Zahrani à vice-presidência do Codex Alimentarius está alinhada com os objetivos da Visão 2030 da Arábia Saudita, que busca aumentar a liderança do país em diversos setores, incluindo a segurança alimentar. Essa conquista também ressalta o papel da Autoridade Saudita de Alimentos e Medicamentos (SFDA) na promoção de normas rigorosas de segurança alimentar.

O Dr. Mohammed Al-Jawahiri, diretor da SFDA, comentou sobre o significado desta nomeação: “A eleição de Al-Zahrani não apenas demonstra a qualidade excepcional de nossos profissionais, mas também reforça nossa posição como líderes globais em segurança alimentar. Recentemente, a OMS reconheceu a Arábia Saudita como um dos primeiros cinco países do mundo a eliminar o uso de gorduras trans produzidas industrialmente em alimentos.”

O Codex Alimentarius, estabelecido pela FAO e OMS, é responsável por desenvolver normas alimentares internacionalmente reconhecidas. A participação da Arábia Saudita na liderança deste organismo promete trazer novas perspectivas e fortalecer a colaboração internacional no setor alimentício.

Para o setor Halal, esta nomeação representa uma oportunidade significativa. Espera-se que a influência da Arábia Saudita possa contribuir para uma maior harmonização das normas Halal em nível global, potencialmente facilitando o comércio internacional de produtos Halal e elevando os padrões de qualidade e segurança desses produtos.

A eleição de Al-Zahrani como vice-presidente do Codex Alimentarius marca um novo capítulo na história da segurança alimentar global, com potenciais impactos positivos para a indústria Halal e para consumidores em todo o mundo.

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    Panorama global e setores em ascensão. Tendências e desafios do mercado.
  3. Sistema de Gestão Halal (1 hora)
    Princípios, requisitos e manutenção.
  4. Requisitos Específicos para Alimentos Halal (45 minutos)
    Ingredientes, abate, rotulagem, logística e armazenamento.
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    Normas internacionais, processo de certificação e ética.

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Requisitos Técnicos e Religiosos para Cosméticos Halal

Requisitos Técnicos e Religiosos para Cosméticos Halal

O mercado de cosméticos halal está em ascensão, com consumidores em todo o mundo buscando produtos que não apenas respeitem os princípios islâmicos, mas também atendam a rigorosos padrões de qualidade e segurança. A certificação halal para cosméticos envolve um conjunto de normas que garantem a conformidade com a Sharia, além de requisitos internacionais para segurança e boas práticas de fabricação. Neste contexto, normas como as da OIC/SMIIC (Organisation of Islamic Cooperation), GSO (Gulf Cooperation Council) e MS (Malásia) são complementares aos padrões globais, como as normas ISO e o Regulamento Europeu (EC) No 1223/2009. Este artigo oferece uma análise detalhada dos principais requisitos técnicos para cosméticos halal, explorando como essas normas islâmicas se integram às regulamentações internacionais.

O que define um cosmético halal?

Os cosméticos halal seguem princípios rigorosos da Sharia em todas as etapas de sua produção. Para serem certificados como halal, os produtos devem atender a vários requisitos:

  • Proveniência dos ingredientes: Todos os ingredientes utilizados devem ser permitidos pela Sharia (halal), sem conter substâncias proibidas (haram), como ingredientes de origem suína, álcool intoxicante e sangue. Ingredientes de origem animal devem ser provenientes de abates de acordo com a lei islâmica.
  • Processamento e produção: A produção de cosméticos halal deve evitar qualquer contaminação cruzada com substâncias proibidas. Equipamentos e áreas de fabricação devem ser higienizados e esterilizados de acordo com os procedimentos e rituais de purificação islâmica, e garantir a segregação de ingredientes halal e não-halal.
  • Rotulagem e rastreabilidade: A rastreabilidade dos ingredientes é essencial, desde a origem das matérias-primas até a distribuição. A rotulagem deve ser clara e indicar que o produto é halal, sem ambiguidade, além de respeitar os princípios religiosos de não uso de imagens vulgares.

Esses princípios são detalhados em normas regionais e internacionais, que formam a base do mercado de cosméticos halal.

Normas Halal: SMIIC, GSO e MS

As normas da OIC/SMIIC fornecem diretrizes para garantir que os produtos cosméticos sejam conformes com a Sharia. A SMIIC 4:2018 é amplamente utilizada e cobre todas as etapas da produção de cosméticos, desde a seleção de ingredientes até o armazenamento e embalagem, garantindo que não haja contaminação com substâncias impuras (najs). A norma também estabelece requisitos para a certificação halal, garantindo que uma autoridade reconhecida avalie e certifique o processo de produção.

Nos países do Golfo, as normas GSO desempenham um papel central na definição de diretrizes para cosméticos halal. A GSO 1943:2021 é particularmente relevante, pois define os requisitos de segurança e pureza dos produtos cosméticos. Além disso, a GSO 2055-1 trata diretamente dos requisitos para certificação halal de cosméticos e alimentos, detalhando a necessidade de segregação física e limpeza adequada dos equipamentos, além da rastreabilidade completa dos ingredientes.

Na Malásia, a certificação halal segue as normas MS 2200 e MS 2634. A MS 2634:2019 oferece uma abordagem abrangente para a produção de cosméticos halal, com foco na rastreabilidade dos ingredientes e na garantia de que as instalações de produção sejam limpas e livres de substâncias proibidas. A norma também enfatiza a necessidade de que todos os produtos sejam certificados por uma autoridade reconhecida, como o JAKIM (Departamento de Desenvolvimento Islâmico da Malásia), ou uma autoridade certificadora aprovada e acreditada pela JAKIM.

Integração com as Normas ISO

As normas halal são complementares às normas globais de qualidade e segurança, como as normas ISO. A ISO 22716 estabelece diretrizes para Boas Práticas de Fabricação (GMP) de cosméticos, abordando desde a manipulação de ingredientes até o controle de qualidade. Esta norma exige que os fabricantes implementem sistemas de controle rigorosos para garantir a segurança dos ingredientes e a higiene no processo de fabricação. A ISO 22716 cobre também procedimentos de limpeza e desinfecção, que complementam as exigências de segregação halal, e reforça a necessidade de rastreabilidade dos produtos.

Outra norma relevante é a ISO 22715, que estabelece requisitos para a embalagem e rotulagem de cosméticos. Esta norma exige que as embalagens dos produtos cosméticos sejam feitas de materiais adequados, garantindo que não prejudiquem a qualidade do produto ou comprometam a segurança dos consumidores. Para cosméticos halal, a ISO 22715 complementa as exigências de rotulagem claras e informativas, alinhadas aos princípios islâmicos, assegurando que os consumidores tenham total transparência sobre os ingredientes e a conformidade halal do produto.

A ISO 18416 oferece diretrizes para a detecção de Candida albicans e outros contaminantes microbiológicos, garantindo que os produtos cosméticos sejam seguros para o uso. Este padrão se alinha perfeitamente com os requisitos halal, que exigem que os produtos sejam não apenas halal, mas também seguros e de alta qualidade (halalan tayyiban).

Regulamento Europeu (EC) No 1223/2009

A Regulamentação (EC) No 1223/2009 do Parlamento Europeu estabelece as normas para a segurança de produtos cosméticos na União Europeia. Este regulamento é aplicável a todos os produtos cosméticos colocados no mercado europeu, exigindo que os produtos sejam seguros para o uso humano e que sejam submetidos a uma avaliação de segurança antes de sua comercialização. A avaliação deve ser conduzida por um avaliador qualificado e incluir a análise de todos os ingredientes, o processo de fabricação e os possíveis efeitos adversos do uso do produto.

O regulamento também proíbe o uso de certas substâncias perigosas em cosméticos, como o mercúrio e outros compostos tóxicos. Isso está em conformidade com os requisitos das normas halal, que proíbem substâncias prejudiciais ou impuras. Outro ponto de convergência entre o regulamento europeu e as normas halal é a exigência de rotulagem clara e transparente. O regulamento europeu exige que todos os ingredientes sejam listados no rótulo, e a rastreabilidade é um requisito obrigatório. A conformidade com esses princípios de rastreabilidade é essencial para garantir que os cosméticos halal possam ser comercializados de forma segura na UE.

Além disso, a regulamentação europeia proíbe testes de cosméticos em animais, uma prática que também é vista com desagrado em muitas interpretações dos princípios islâmicos. A interseção desses regulamentos reforça a capacidade de produtos cosméticos halal em atender tanto aos requisitos religiosos quanto às exigências internacionais de segurança e responsabilidade ética.

Requisitos Técnicos Combinados

Os requisitos para cosméticos halal e as normas internacionais de segurança e qualidade, como as normas ISO e o Regulamento Europeu, são complementares. A seguir estão os principais requisitos técnicos combinados para a produção de cosméticos halal:

Seleção de Ingredientes Normas halal exigem que os ingredientes sejam halal, livres de substâncias proibidas, como derivados de porco e álcool intoxicante. A rastreabilidade dos ingredientes é essencial, desde sua origem até o produto final. A avaliação de segurança, exigida pelo Regulamento Europeu, deve considerar a toxicidade de cada ingrediente e sua adequação para o uso humano.

Processamento e Fabricação As normas halal exigem a segregação física e a limpeza rigorosa dos equipamentos utilizados na fabricação de cosméticos halal. Em caso de contaminação com substâncias proibidas, o processo de purificação islâmica, como o sertu, deve ser realizado. A ISO 22716 exige que as práticas de higiene e segregação sejam seguidas durante todo o processo de produção, garantindo a qualidade do produto.

Rotulagem e Embalagem As normas halal e a ISO 22715 exigem que os produtos sejam rotulados de maneira clara e informativa, para que os consumidores tenham certeza de que o produto é halal. O Regulamento Europeu complementa essa exigência ao impor uma lista detalhada de ingredientes no rótulo, garantindo a transparência e a segurança para o consumidor.

Certificação e Conformidade A certificação halal é obrigatória nas normas SMIIC, GSO e MS, e deve ser realizada por uma autoridade reconhecida e acreditada. A rastreabilidade total dos ingredientes e processos é um requisito fundamental. O Regulamento Europeu exige um Dossiê de Informação sobre o Produto (DIP), que inclui detalhes sobre a formulação, avaliações de segurança e métodos de fabricação. Isso complementa as exigências halal de rastreabilidade e transparência.

Conclusão: A Convergência de Normas Halal e Internacionais

A produção de cosméticos halal exige um equilíbrio entre conformidade religiosa e requisitos técnicos rigorosos. As normas SMIIC, GSO e MS oferecem diretrizes específicas para garantir que os produtos sejam produzidos de acordo com a Sharia, enquanto as normas ISO e o Regulamento (EC) No 1223/2009 garantem que esses produtos atendam aos mais altos padrões de segurança e qualidade.

A integração dessas normas garante que os cosméticos halal sejam não apenas seguros e éticos, mas também adequados para o mercado global. Combinando a conformidade religiosa com os rigorosos requisitos internacionais de segurança, as empresas podem atender tanto aos consumidores muçulmanos quanto às expectativas de qualidade e responsabilidade dos mercados internacionais.

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Cadeia de Suprimento Halal

Requisitos da Cadeia de Suprimento Halal: Integração das Normas SMIIC, GSO e ISO

A cadeia de suprimento halal envolve uma série de processos e operações que asseguram que os produtos permaneçam conformes com os princípios islâmicos, desde a produção até o consumidor final. Para garantir a conformidade halal, a cadeia de suprimentos deve seguir rigorosos padrões que abrangem o armazenamento, transporte, varejo e o gerenciamento de riscos. Este artigo explora os requisitos da cadeia de suprimento halal com base nas normas SMIIC 17 (Partes 1, 2 e 3), GSO 2055-1 e SMIIC 1, e os compara e combina com as exigências da ISO 22000 e a família ISO 22002 (Partes 1 a 6).

As normas SMIIC são consideradas um complemento importante às normas ISO, pois fornecem os requisitos específicos para a conformidade halal dentro de um sistema de gestão de segurança de alimentos. A implementação de um sistema integrado que combine as diretrizes da ISO 22000 e da SMIIC 17 permite que as empresas não apenas cumpram as exigências de segurança de alimentos, mas também incluam os Pontos Críticos de Controle Halal (PCCHs) dentro do plano HACCP já existente. A adição de PCCHs ao sistema HACCP garante que, além dos perigos à saúde, os riscos à conformidade halal sejam controlados e monitorados de maneira eficaz.

1. Cadeia de Suprimento Halal: Normas SMIIC 17, GSO 2055-1 e SMIIC 1

As normas SMIIC 17 (Partes 1, 2 e 3) abordam os principais requisitos para a logística halal, com foco no armazenamento, transporte e varejo (retail) de produtos halal. Essas normas estão alinhadas com os princípios da Sharia e complementadas pela GSO 2055-1, que define os requisitos gerais para alimentos halal, e pela SMIIC 1, que serve como uma estrutura normativa ampla para os sistemas halal.

1.1 SMIIC 17 Parte 1: Armazenamento Halal

O armazenamento de produtos halal deve seguir rígidos padrões de segregação e controle de temperatura para evitar contaminação cruzada com produtos não halal. Os principais requisitos incluem:

  • Segregação física: Produtos halal devem ser armazenados separadamente de produtos não halal.
  • Controle de condições ambientais: Armazenagem adequada de acordo com as exigências de temperatura, umidade e ventilação para manter a qualidade dos produtos.
  • Higiene e limpeza: Implementação de práticas rigorosas de limpeza, conforme estabelecido pela SMIIC 17 e pela GSO 2055-1, para evitar qualquer contaminação.

1.2 SMIIC 17 Parte 2: Transporte Halal

O transporte de produtos halal exige que todos os veículos e equipamentos utilizados sejam limpos e desinfetados para garantir que os produtos não sejam contaminados por substâncias não halal. Os requisitos incluem:

  • Veículos dedicados: O transporte de produtos halal deve ser realizado em veículos que não tenham sido usados para transportar produtos não halal, a menos que uma limpeza rigorosa seja conduzida.
  • Manuseio e segurança: Garantir que os produtos estejam devidamente protegidos durante o transporte, com embalagens seguras que evitem a contaminação.
  • Controle de documentação: A rastreabilidade e a documentação são essenciais para garantir a conformidade halal em todas as etapas do transporte.

1.3 SMIIC 17 Parte 3: Retail e Serviços Halal

No varejo, os produtos halal devem ser exibidos, manipulados e armazenados separadamente de produtos não halal. Isso inclui:

  • Segregação nas prateleiras: Produtos halal devem ser armazenados e exibidos em áreas separadas dentro do ponto de venda.
  • Treinamento de pessoal: Funcionários que lidam com produtos halal devem receber treinamento específico para garantir que as práticas de manuseio e venda estejam em conformidade com os princípios halal.

2. Comparação com a Família ISO 22000 e ISO 22002

A ISO 22000 e a série ISO 22002 (Partes 1 a 6) fornecem uma estrutura para sistemas de gestão de segurança de alimentos que são aplicáveis a toda a cadeia de suprimentos. A seguir, uma comparação entre os requisitos halal e os da ISO para entender como podem ser integrados.

2.1 ISO 22000: Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos

A ISO 22000 estabelece um sistema de gestão integrado que abrange todas as fases da cadeia de suprimentos, com foco em segurança de alimentos. A norma exige a implementação de boas práticas de fabricação (GMP), análise de perigos e pontos críticos de controle (HACCP), além de um sistema de rastreabilidade robusto.

  • Integração com SMIIC e GSO: A ISO 22000 complementa os requisitos halal no sentido de que ambas as normas exigem sistemas de gestão que garantam a segurança e a conformidade dos produtos. A ISO 22000 foca em eliminar riscos à saúde pública, enquanto os requisitos halal vão além, garantindo que os produtos estejam em conformidade com os preceitos islâmicos.

2.2 ISO 22002 Parte 1: Manufatura de Alimentos

A ISO 22002-1 descreve os programas de pré-requisitos (PRPs) para fabricantes de alimentos, focando em controles de higiene e segurança no processamento de alimentos. As exigências da ISO 22002-1 estão alinhadas com a SMIIC 17 no que diz respeito à segregação e higiene, o que permite a aplicação das duas normas em conjunto.

  • Exemplo de integração: As práticas de limpeza e higienização descritas na ISO 22002-1 podem ser complementadas com as exigências específicas de segregação halal da SMIIC 17, garantindo que os processos de manufatura atendam aos requisitos de segurança de alimentos e halal.

2.3 ISO 22002 Parte 2: Catering

A ISO 22002-2 foca nos requisitos para o setor de catering, incluindo a manipulação segura de alimentos, o controle de pragas e a higienização de áreas de preparação. Esses requisitos podem ser integrados com os de varejo halal (retail) da SMIIC 17 Parte 3, que trata da venda de alimentos halal em restaurantes e serviços de catering.

  • Ponto de convergência: Ambas as normas exigem a segregação de alimentos, além de garantir que os alimentos halal sejam preparados em áreas limpas e apropriadas sem contaminação cruzada.

2.4 ISO 22002 Parte 3: Agricultura

Esta parte aborda os requisitos de segurança de alimentos no campo, desde o cultivo até a colheita. Embora a SMIIC 17 não cubra diretamente a agricultura, a ISO 22002-3 pode ser usada em conjunto com os requisitos de ingredientes halal descritos na SMIIC 1 e GSO 2055-1, que garantem a conformidade desde a produção inicial dos alimentos.

2.5 ISO 22002 Parte 4: Produção de Embalagens de Alimentos

A ISO 22002-4 trata das embalagens utilizadas para alimentos, com foco em garantir que as embalagens sejam seguras e não contaminem os produtos alimentares. Isso está alinhado com os requisitos de segregação halal para garantir que as embalagens não comprometam a integridade dos produtos halal durante o transporte e armazenamento.

2.6 ISO 22002 Parte 5: Transporte e Armazenamento

Esta norma é a que mais diretamente se sobrepõe à SMIIC 17 Partes 1 e 2, uma vez que estabelece práticas seguras de transporte e armazenamento de alimentos. Ambos os conjuntos de normas exigem que os alimentos sejam transportados e armazenados em condições seguras e higiênicas, com uma ênfase especial na segregação de alimentos halal e não halal.

  • Ponto de integração: A ISO 22002-5 e a SMIIC 17 exigem a rastreabilidade completa e a limpeza de veículos e equipamentos, o que facilita a conformidade tanto com os requisitos de segurança de alimentos quanto com as exigências halal.

2.7 ISO 22002 Parte 6: Produção de Rações Animais

Embora esta norma trate especificamente da produção de rações para animais, os princípios de rastreabilidade, controle de higiene e segurança podem ser aplicados em conjunto com as normas halal que envolvem a produção de alimentos de origem animal, especialmente os requisitos de abate e processamento halal.

3. Integração das Normas Halal e ISO na Cadeia de Suprimento

A integração das normas halal (SMIIC 17, GSO 2055-1 e SMIIC 1) com as normas de segurança de alimentos da ISO 22000 e ISO 22002 permite que as organizações desenvolvam um sistema de gestão de cadeia de suprimentos abrangente, que garanta tanto a conformidade halal quanto a segurança de alimentos. Isso é especialmente importante para empresas que operam globalmente, atendendo tanto a mercados islâmicos quanto não islâmicos.

A combinação dessas normas cria um sistema robusto de controle, que abrange todas as etapas da cadeia de suprimentos, desde a agricultura até o varejo, garantindo que os produtos sejam seguros, rastreáveis e conformes com os preceitos islâmicos.

A inclusão de Pontos Críticos de Controle Halal (PCCHs) no plano HACCP permite que as empresas integrem os requisitos halal dentro de um sistema já consolidado de gestão de riscos. Esses PCCHs funcionam como etapas adicionais no processo de análise de perigos, focando especificamente em evitar a contaminação por substâncias não halal. Além dos controles tradicionais de segurança de alimentos, como a prevenção de riscos microbiológicos e químicos, os PCCHs garantem que os perigos relacionados à conformidade halal também sejam controlados.

Conclusão

A conformidade halal na cadeia de suprimentos vai além da simples produção de alimentos; ela envolve todas as etapas, desde o armazenamento e transporte até o varejo. Integrar os requisitos halal das normas SMIIC 17, GSO 2055-1 e SMIIC 1 com os sistemas de segurança de alimentos descritos na ISO 22000 e na família ISO 22002 permite às empresas garantir que seus produtos atendam aos mais altos padrões de qualidade e conformidade. Esta abordagem integrada assegura que os produtos halal sejam manuseados, transportados e armazenados de maneira segura e ética, promovendo a confiança dos consumidores e a sustentabilidade da cadeia de suprimentos halal.

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A Corrida pelo Mercado Halal: Brasil, Nigéria e Indonésia no Jogo Global

A economia halal global está passando por uma transformação profunda, com projeções de atingir US$ 7,7 trilhões até 2025. O conceito halal, tradicionalmente associado a alimentos, agora se expande para áreas como moda, cosméticos, turismo, finanças e tecnologia. Países como Nigéria, Brasil, Malásia e Indonésia estão adotando estratégias inovadoras e ambiciosas para garantir uma fatia desse mercado dinâmico e em rápida expansão. A crescente demanda global por produtos que seguem padrões rigorosos de qualidade, sustentabilidade e ética está moldando a nova cara da economia halal.

Nigéria: Um Novo Hub de Economia Halal

A Nigéria está se posicionando para se tornar um dos principais hubs da economia halal global. O vice-presidente Kashim Shettima destacou recentemente a importância de capitalizar o tamanho demográfico e econômico do país para explorar o crescente mercado halal. Com o apoio de iniciativas governamentais, o país espera aumentar suas exportações halal para os países da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) e fortalecer seu comércio regional através da AfCFTA (Área de Livre Comércio Continental Africana).

A meta da Nigéria é aumentar sua participação nas exportações halal de 2% para 6%, o que pode gerar até US$ 548 milhões para o PIB do país nos próximos anos. O governo também está promovendo investimentos internacionais e expandindo sua infraestrutura para atrair parceiros estratégicos na indústria halal, visando mercados globais e intra-africanos.

Brasil: Um Líder em Exportação de Carne Halal

O Brasil continua a ser um dos principais players globais no setor de carne halal, atendendo à crescente demanda de países muçulmanos, especialmente no Oriente Médio. As rigorosas práticas de abate halal no país têm sido fundamentais para o sucesso das exportações brasileiras de carne bovina e de aves. O Brasil mantém um sistema de certificação halal robusto, que garante que os produtos atendam aos altos padrões exigidos pelos mercados internacionais.

Além de fortalecer seu setor de carnes, o Brasil está explorando oportunidades em outras áreas dentro da economia halal, como alimentos processados e commodities, consolidando sua posição como fornecedor confiável para a comunidade muçulmana global.

Indonésia: Certificação Halal como Diferencial Competitivo

A Indonésia, maior país muçulmano do mundo, está ampliando sua infraestrutura de certificação halal com novos regulamentos que exigem que todos os produtos importados sejam registrados em plataformas oficiais de certificação. Essa abordagem visa garantir a conformidade com os rigorosos padrões halal, tanto para o mercado interno quanto para os mercados de exportação.

A Indonésia está fortalecendo sua cooperação com países europeus e outras economias para expandir suas exportações de cosméticos, alimentos e turismo halal. Com uma certificação rigorosa e bem reconhecida, o país está se posicionando como um dos líderes globais na produção de produtos halal que atendem a padrões éticos e de sustentabilidade.

Malásia: Inovação e Expansão no Setor Halal

A Malásia é amplamente reconhecida como um dos centros mais avançados da indústria halal. Seu sistema de certificação é considerado um dos mais confiáveis do mundo, abrangendo uma ampla gama de produtos, desde alimentos e bebidas até cosméticos e moda modesta. O Primeiro-Ministro Anwar Ibrahim ressaltou que o conceito halal vai além da conformidade religiosa, incorporando valores como saúde, higiene e sustentabilidade.

O país também está promovendo parcerias estratégicas com mercados internacionais, como o Catar, para expandir sua influência no setor de cosméticos e moda modesta. A Malásia vê o halal não apenas como uma questão religiosa, mas como um selo de qualidade que atrai consumidores globais, independente de religião.

Europa: Desafios e Oportunidades para Carne Halal

Na Europa, a demanda por produtos halal continua a crescer, não apenas entre muçulmanos, mas também entre consumidores preocupados com práticas éticas e sustentáveis. No entanto, regulamentações mais rígidas, como as impostas pela Argélia para a exportação de carne halal, geraram tensões entre países europeus exportadores. Isso demonstra a necessidade de um alinhamento mais próximo entre as regulamentações internacionais e os padrões locais, especialmente em mercados sensíveis como o de carne halal.

Apesar desses desafios, o mercado europeu tem mostrado uma capacidade crescente de adaptação, e muitos países da União Europeia estão ajustando suas práticas para atender à demanda por produtos halal, tanto dentro quanto fora de suas fronteiras.

Conclusão: O Futuro da Indústria Halal

O mercado halal está se expandindo rapidamente, com países como Nigéria, Brasil, Indonésia e Malásia liderando essa transformação. A certificação halal, antes vista como uma exigência religiosa, tornou-se um símbolo de qualidade e sustentabilidade reconhecido globalmente. Com inovações em setores como cosméticos, moda, turismo e alimentos, a indústria halal continua a oferecer oportunidades significativas para economias emergentes e estabelecidas.

À medida que a demanda global por produtos que seguem padrões rigorosos de qualidade e ética aumenta, a indústria halal está preparada para se tornar um dos pilares mais dinâmicos da economia global nos próximos anos. Governos e empresas em todo o mundo estão aproveitando esse crescimento, adaptando suas estratégias e se posicionando para capturar uma fatia desse mercado de trilhões de dólares.

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Novos prazos para a Lei Halal mandatória da Indonésia

O governo da Indonésia decidiu adiar o prazo para a certificação halal obrigatória para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Inicialmente previsto para 17 de outubro de 2024, o novo prazo foi alterado para 2026. 

Após uma reunião limitada com o Presidente Joko Widodo no Palácio Presidencial em 15 de maio, o Ministro Coordenador de Assuntos Econômicos, Airlangga Hartarto, declarou que o adiamento se deve ao fato de que o número de obrigações de certificação halal ainda não atingiu a meta e dificilmente seria concluído até outubro do próximo ano. 

“O cumprimento das obrigações de certificação halal ainda não alcançou a meta estabelecida, pois muitos produtos de MPMEs ainda não foram certificados”, disse o ministro. 

Ele informou que as empresas de médio e grande porte ainda devem completar suas obrigações de certificação halal até, no máximo, 17 de outubro de 2024. Enquanto isso, as MPMEs terão um tempo adicional até 17 de outubro de 2026. 

De 2019 até 15 de maio de 2024, a Agência Organizadora de Garantia de Produtos Halal – The Halal Product Assurance Organizing Body (BPJPH) – emitiu certificados halal para 4.418.343 produtos, o que representa apenas 44,18% da meta de 10 milhões de produtos. Atualmente, a Indonésia possui um total de 28 milhões de unidades de MPMEs. 

“Portanto, o Sr. Presidente decidiu que a implementação de certificados halal obrigatórios para alimentos e bebidas de MPMEs será adiada – não até 2024, mas até 2026. Este adiamento também se aplica a medicamentos tradicionais, ervas, cosméticos, acessórios, utensílios domésticos e diversos dispositivos médicos. 

Certificados Halal na Indonésia: Um Breve Histórico 

Em 1988, a notícia de que alimentos contendo carne de porco estavam circulando livremente no mercado levou a uma queda no poder de compra dos consumidores e afetou a estabilidade econômica. Isso levou o governo a considerar a urgência da certificação halal para atender à maioria dos indonésios que são muçulmanos. 

A primeira certificação halal foi realizada pelo Conselho Ulema da Indonésia (MUI) em 1989, enquanto o rotulamento halal de produtos alimentícios na Indonésia foi iniciado pelo Ministério da Saúde no final de 1976. Em seguida, em 10 de novembro de 1976, todos os alimentos e bebidas contendo carne de porco ou seus derivados tiveram que indicar que o produto continha carne de porco. 

Até o momento, a obrigação de fornecer certificação halal para alimentos, bebidas, produtos de abate e serviços de abate é regulamentada pelo Regulamento Governamental No. 39 de 2021 sobre a Implementação do Setor de Garantia de Produtos Halal. 

Para complementar as informações, a decisão de adiar a certificação halal para MPMEs até 2026 foi recebida com apoio por parte dessas empresas, que enfrentam desafios para cumprir os requisitos de certificação [1] [8]. O governo também expandiu a autoridade para emitir certificações halal para órgãos regionais, incluindo o Majelis Ulama Indonesia (MUI) regional, o Conselho Consultivo de Ulama de Aceh e o Comitê de Fatwa de Produtos Halal [8]. Essa descentralização visa tornar o processo de certificação mais acessível e eficiente para as MPMEs em todo o país. 

A certificação halal para MPMEs é crucial não apenas para o cumprimento de padrões religiosos e éticos, mas também para aumentar a competitividade dos produtos indonésios nos mercados doméstico e internacional. O adiamento é esperado para fornecer às MPMEs o tempo e os recursos necessários para alcançar a certificação, contribuindo assim para sua sustentabilidade e crescimento a longo prazo [8]. 

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